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Folha de Sao Paolo
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Toda a imprensa brasileira noticia com alguma insistência a proposta do senador Eduardo Suplicy para que o presidente Luís Inácio Lula da Silva vá ao Congresso Nacional “quando desejar e agendar” falar a deputados e senadores de peito aberto, sem medos nem reservas sobre os assuntos palpitantes que ocupam a pauta das Comissões de Inquérito há muitos meses, bem como outros, mais recentes, trazidos à tona aqui e ali em entrevistas e investigações policiais. Suplicy julga que Lula poderá enfatizar declarações anteriores de que quer as irregularidades muito bem apuradas e aproveitar o espaço para oferecer um balanço das iniciativas do governo no âmbito puramente administrativo. O senador está certo, mas sua proposta é bombardeada dentro do seu próprio partido, que afinal é o mesmo do presidente. E não poderia ser de outra forma, considerando-se que Suplicy está há 16 anos no Senado, iniciou carreira em 1979 e vem de outra escola, bem distinta da que está hoje no exercício do poder. Sua maneira de fazer política é aberta, às vezes expondo a si próprio ao ridículo, mas sem abrir mão dos princípios que sempre nortearam sua militância. Comprova este raciocínio o fato de o PT haver escalado para combater a proposta o deputado Eduardo Valverde, em seu primeiro mandato em Brasília, eleito pelo PT de Rondônia, remoto estado do norte brasileiro, de reduzido peso político no cenário nacional. Como era de se prever, seus argumentos têm base absolutamente diferente dos do senador: em resumo, ele defende que Lula não deve se expor a possíveis ofensas de parlamentares oposicionistas, lembrando inclusive que o líder da oposição no Senado já o chamou de “bandido”, em ocasião recente. Eduardo Valverde teme, como resta evidente em sua argumentação, que o presidente da República não seja capaz de enfrentar o debate parlamentar, seja em que nível for. Sua postura sugere, em outras palavras, despreparo de Lula para contrapor-se aos oposicionistas, ainda que com certeza contasse no plenário com o apoio dos aliados como Suplicy e o próprio deputado. Na realidade, Valverde adianta que o presidente não aceitará a proposta, até porque está em campanha à reeleição e considera a possível visita ao Congresso dar a cara a tapa à oposição. O governo e o PT que está no governo não conseguem enxergar na proposta de Eduardo Suplicy a oportunidade de ouro para o chefe do Executivo mostrar grandeza perante a opinião pública e reafirmar a lisura e o acerto de sua administração, em que pese a avalancha de denúncias. Até o momento, nenhuma delas abateu a popularidade presidencial; ao contrário, sua aprovação cresce a cada pesquisa pré-eleitoral. A ferrenha oposição à idéia parece a véspera da anunciada traição do PT a Suplicy, eleito em 1990 com 4,2 milhões de votos e reeleito oito anos depois com 6,7 milhões. Agora, ele está prestes a perder a legenda na disputa para a única vaga ao Senado, em nome da aliança do PT com o PMDB para facilitar a reeleição de Lula. Em troca, o partido apoiaria o candidato peemedebista ao Senado e deixaria Suplicy na vala comum dos candidatos a uma vaga na Câmara dos Deputados. A se confirmar o estratagema, outro petista histórico cairá na guerra do PT para manter-se no poder, iniciada na manhã mesma da posse de Lula, no dia primeiro de janeiro de 2003.



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