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Raízes do Brasil
(Sérgio Buarque)

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A formação de um método ideal para as
atividades humanas.



A
existência do homem, na sua atual forma, e dentro do contexto em que se insere,
da perspectiva evolucionista, só foi possível devido a sua superioridade
mental. Nos processos de produção, desde os mais longínquos tempos, o homem
dividiu-se entre estereótipos adversos nos quais fundamentou suas atividades e
pelos quais foi classificado. Assim, surge a natural diferenciação do homem em
aspectos distintos: o trabalhador e o aventureiro, e a partir disso, nossas
conclusões a respeito da ética ideal de trabalho geram controvérsias.

O
trabalhador apresenta-se como exemplo no âmbito da segurança pessoal e do
progresso lento, conseguido com seu esforço, sempre agindo cautelosamente em
busca dos melhores resultados. Sua índole baseia-se no princípio de produzir
sempre mais, apesar de buscar indefinidamente uma redução substancial de custos
nos métodos que utiliza em suas atividades. Apesar de admirado por sua
capacidade de uso da razão, o trabalhador tem um papel secundário, sempre sendo
julgado pelo que não faz, devido a sua responsabilidade extrema. Já o
aventureiro, por sua vez, pouco se importa com custos, responsabilidades ou
segurança pessoal. Seu objetivo é atingir objetivos, ou fazer deles objetos passíveis
de tangência, torna-los “realizáveis”. Utilizando-se dessas suas
características, o aventureiro maximiza as possibilidades em seu horizonte
infinito, e como não possui nenhum tipo de consciência restritiva, vai em busca
de descobertas, de inovações, daquilo que está muito a frente das mentes de sua
atualidade.

As
relações de oposição estabelecidas por ambos, trabalhador e aventureiro,
terminam em uma surreal fusão de adjetivos, constituindo algo maior, o que
conhecemos por sociedade. Somente com a existência de ambos, em um antagonismo
ideológico nos quais seus contrastes os tornam tão diferentes, pode haver a
união destes e a constituição de algo que independe de suas aversões naturais.
Assim caracteriza-se a formação de uma ordem social, onde não há nada de
específico exceto as disparidades dos elementos que a formam.

Assim,
pode-se afirmar que o método ideal de trabalho consiste na composição de ambas
as personalidades, utilizando suas respectivas qualidades e tentando limitar
seus iminentes defeitos. Somente deste modo o homem poderá prosseguir
existindo, dentro de uma cadeia linear de ações, na qual o uso da razão e da
emoção irá compor o método perfeito para a realização das atividades humanas.



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