O Guru; O Iniciador; Preceptor Espiritual ou Mentor
(Niraj)
O Iniciador; Preceptor Espiritual ou Mentor; Líder de Culto
Não há outra palavra que contenha tanta emoção – cargas de sentido, na fé Hindu como “Guru”.O seu significado depende da importância que lhe é dada por um sistema particular de crença. Curiosamente os Vedas não tem lugar para este concepto do hinduismo posterior. Nas Upanishads, que é o primeiro discurso sistemático do processo de ensino que os gurus usam para transmitir saber espiritual, há muitos episódios de transmissão de saber e despertar mas não se dá muita relevo ao papel do guru. Tomando em consideração a importância do guru na cultura Indiana e como a palavra migrou através de culturas e línguas para se tornar comum no vocabulário da humanidade, é de certo modo estranho realizar que o guru não foi sempre uma figura dominante da paisagem espiritual e cultural dos Hindus. Nos Vedas nunca encontramos a palavra e infrequentemente nas Upanishads, e nunca com a reverência com que é presentemente utilizada. São textos que se preocupam com a revelação directa, com a natureza de videntes e do mundo divino. Foi só mais tarde, muito mais tarde, que a necessidade do guru, e de facto o seu carácter não negociável, se tornou parte da psyque Hindu. Também é interessante notar que a primeira grande figura histórica de guru foi Chanakya, mentor do imperador Chandragupta Maurya, contemporâneo de Alexandre, o Grande, mas de maneira nenhuma um exemplo espiritual. A atitude que demonstrou de controle total sobre a vida do seu discípulo, contudo, espalhou-se por circulos religiosos e continua a disturbar e ser uma constante mesmo hoje em dia.
De início um guru era somente alguém que o iniciava na vida espiritual, depois do que se encontrava mais ou menos sózinho. A história de Buddha é um desses exemplos; ninguém quer saber quem foi o seu guru. Isto reflecte a norma desse tempo. Acerca de mil e quinhentos anos atrás , no entanto, surgiu uma nova corrente de pensamento, que proclamou que a vida espiritual nunca atingiria o ponto de fruição completa a não ser que a pessoa fosse iniciada através da palavra viva de poder do guru. Rapidamente este tornou-se o motivo dominante de todas as várias fés que formam o mosaico do Hinduismo. Não importam as suas diferenças em teologia e perspectiva, nunca houve dúvidas quanto à importância sem paralelo do guru. Isto foi especialmente o caso a seguir ao grande tsunami de bhakti começou a contolar a India a partir do século X. Para os poetas bhakti o guru era o pai verdadeiro, que dá vida, pois somente ele podia iniciá-los no amor de Deus. Assim surgiu a fórmula fabulosa
Gurur Brahma, Gurur Vishnu, Gurur Devo Maheshwara Gurusakshat Parabrahma Tasmeye Shri Guruev Namaha
Ou – O Guru é Brahma, Vishnu, e Mahdeva ( Shiva) O Guru é de facto o próprio Brahman ( a forma Impessoal, Absoluta de Deus) Eu sou reverente para com o Guru poderoso
Considerando a mudança de estatura do guru, com os místicos a irem ao ponto de dizer que reverência para com o guru vem antes de Deus pois sem o guru nunca o encontraria, foi inevitável ter um dia especial marcado no calendário dos festivais Hindus para celebrar a sua importância. Este é o grande dia do Guru Purnima. Quase nunca é mencionado nas antologias de festivais mas pelo seu impacto e importância na consciência colectiva do povo é certamente um dos dias mais importantes do ano. Para ashrams e maths e todos os centros espirituais é certa e obviamente um grande dia mas o festival tem alguns dos seus membros e celebrantes mais proeminentes na comunidade das artes de espectáculo. O guru nessa área não recebe menos reverência que um guru puramente religioso e em muitos casos não há diferença nenhuma já que de qualquer modo as artes são vistas como prática espiritual. Uma consequência muito agradável é ter o dia marcado por muitos e grandes espectáculos de dança e música clássica pelo país inteiro e até nos sítios onde a Diáspora Indiana chegou. Guru Purmina tornou-se uma das expressões mais importantes do ethoscultural Hindu.
Juntamente com o guru principal que o inicia na vida espiritual e assim forma a relação humana mais importante que pode alguma vez ter há muitos Upa-gurus ou pequenos gurus. Estes podem ser outros seres humanos, animais, ou até formações naturais do munndo que habita. Qualquer coisa e qualquer um que cause uma mudança na percepção e consciência qualifica-se a tornar-se um Upa-guru. Os Upa-gurus são assim em teoria inumeráveis mas só pode haver Um Guru.
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