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A Desacreditada ONU
(Rodrigo Constantino)

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“Política é a arte de procurar encrenca, encontrá-la, diagnosticar
errado o problema, e depois aplicar os remédios incorretos.” (Groucho
Marx)

Está formado o novo Conselho dos Direitos Humanos da ONU,
que sepulta a antiga Comissão de Direitos Humanos, tomada por completo
descrédito devido aos membros com péssima reputação. Entre as 47 nações
eleitas para compor o novo conselho, estão ditaduras como Cuba, Arábia
Saudita e China, além de países como Paquistão e Rússia, onde os tais
“direitos humanos” passaram bem longe. Resgatar a credibilidade da
instituição desta forma parece um tanto estranho.

Até onde eu
sei, o conceito vago de “direitos humanos” ainda não ficou elástico o
suficiente para abranger paredon ou gulags para dissidentes políticos.
Colocar Cuba para julgar um ato sob o prisma dos direitos humanos é
como colocar um assassino para julgar um crime qualquer. A China, que
executa milhares de pessoas todo ano, sem transparência no processo de
julgamento, tampouco tem moral para validar um julgamento sobre
direitos humanos. Como esperar alguma credibilidade da ONU com um time
desses eleito justamente para o Conselho dos Direitos Humanos?

O
Brasil também foi eleito para o novo conselho, e o embaixador Ronaldo
Sardenberg, chefe da missão brasileira na ONU, considerou que “isso
significa confiança no Brasil, o reconhecimento que o respeito aos
direitos humanos é uma política nacional”. Ora, será que os diplomatas
reconheceram também que Cuba respeita os direitos humanos? De certas
pessoas é melhor não receber elogios. Quem elogia os direitos humanos
no Brasil ao mesmo tempo que elogia Cuba e China presta um desserviço
ao país. O que aconteceu com o brocardo “diga-me com quem andas que te
direi quem és”?

Até mesmo Irã, Iraque e Venezuela
candidataram-se para membros do conselho. O Zimbábue, do ditador Robert
Mugabe, teve um espasmo de bom senso e não tentou. Mas ao que tudo
indica, teria boas chances. Os Estados Unidos foram contra a criação do
novo órgão, e sequer apresentaram candidatura. Acredito que seja a
postura mais acertada mesmo. Nessas companhias, o novo conselho já
nasce desacreditado. A presença de gente séria apenas respalda
imerecidamente o órgão. Acusam os americanos de unilateralismo. Na
verdade, a coalizão da guerra no Iraque envolveu dezenas de países, do
peso de um Japão e uma Austrália, por exemplo. Mas sem o sinal verde da
ONU, fica a imagem desse unilateralismo. A ONU passa a representar uma
espécie de governo mundial todo-poderoso. Mas com uma ONU tão
desacreditada assim, sem falar dos casos de corrupção ligados ao
programa “petróleo por comida”, será que não fica mais fácil
compreender a postura americana?

O mundo teria muito a ganhar se
a ONU realmente se reformasse, por completo. Entretanto, desde sua
antecessora, a Liga das Nações, a prática não parece condizente com a
idéia por trás de sua concepção. A ONU foi marcada por inúmeros casos
de inoperância ou incompetência, let alone propósitos obscuros. Se
reforma significa, para seus membros, chamar Cuba e China para o
Conselho de Direitos Humanos, parece-me que a situação tende apenas a
se deteriorar. Talvez a reforma plausível que reste à famigerada ONU
seja uma só: sua extinção.



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