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A Sanção das Vítimas
(Rodrigo Constantino)

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“Tudo que é necessário para o triunfo do mal é que as pessoas de bem nada façam.” (Edmund Burke)

No
filme “V de Vingança”, que conta a história futurista de uma Inglaterra
dominada por um governo totalitário, o rebelde, conhecido apenas por V,
faz um pronunciamento público com uma passagem que marca a mensagem do
filme, na minha opinião. Nesta passagem, o revolucionário, que luta
sozinho contra o autoritarismo estatal, destaca que a culpa pela
presente situação do povo é de ninguém menos que do próprio povo. “Se
querem achar um culpado, que olhem no espelho”, é o recado do
justiceiro. De fato, a maldade no mundo costuma ser possível somente
pela sanção das vítimas.

Tal reflexão me remete ao presente
momento brasileiro. Ainda estamos bem longe de um cenário caótico como
o descrito no filme, que mais se assemelha às experiências socialistas
mundo afora, onde as liberdades individuais foram totalmente extirpadas
pelo governo. Mas o governo avança sobre o cotidiano do cidadão, assim
como seus bens, com uma volúpia assustadora. E o que é mais
preocupante: com seu consentimento! O caminho da servidão parece ser
uma questão de escolha no país, com os próprios eleitores votando em
partidos que pregam o aumento do poder estatal. Os galos querem que a
raposa tome conta do galinheiro.

Não parecem suficientes as
infindáveis lições de que o excesso de governo causa miséria e
escravidão. As vítimas parecem não se importar com o fato de que o
nacional-populismo fracassou em todos os países onde foi adotado.
Modelos que concentram no Estado o poder de cura para os males do povo,
normalmente criados pelo próprio Estado, geraram apenas desgraças.
Governos dirigistas, fortemente interventores na economia, que pregam a
“justiça social” acima de tudo, que apelam para o ufanismo patriótico,
que prometem mais e mais sem focar nos custos, sempre representaram a
causa primeira do atraso de uma nação. A América Latina é a prova
incontestável disso. Mas com Hugo Chávez, Evo Morales, Kirchner e Lula
no poder, parece que alguns povos nunca aprendem.

Dizem que cada
povo tem o governo que merece. Seria uma outra maneira de falar que a
culpa de um governo totalitário reside no próprio povo. Claro que
muitos foram inocentes vítimas de uma carnificina injusta como a
perpetrada por Stalin. Mas será que o ditador teria se mantido no poder
por tantos anos sem um apoio de boa parte da população, ainda que
contando com um regime de terror? O mesmo vale para Hitler. É evidente
que o medo incutido pelos governantes nos leigos é uma poderosa arma de
sedução. Um povo aturdido, em pânico, miserável e ignorante sempre será
presa mais fácil para o oportunismo dos inescrupulosos. Mas será que,
no final do dia, não está no espelho o reflexo do verdadeiro culpado?
Toda ação gera uma reação. Quando o estado mental da vítima de uma ação
maléfica é de letargia total, quando não aprovação masoquista, como
culpar somente o ator da ação? Quando a covardia domina os bons, como
culpar unicamente os maus? Os alemães que foram complacentes com os
nazistas, os soviéticos que contribuíram para a causa comunista, todos
esses merecem sua parcela de culpa.

Portanto, todos os
brasileiros que defendem mais e mais governo, mesmo após tantas
evidências do resultado terrível desse modelo, são culpados pela atual
situação do país. Todos aqueles que ignoram os fatos disponíveis e
pedem mais do veneno que assola o país merecem parte da culpa.
Ignorância não é atenuante neste caso. Não há como alegar total
ignorância quando tantas provas estão disponíveis para quem quiser
vê-las. Quando um eleitor ignora o “mensalão” e vota no PT apenas
porque está satisfeito com seu “bolsa-família”, está consentindo com o
“rouba mas faz”. Quando um cineasta ignora o Ancinav e defende o PT
apenas para garantir as verbas federais está autorizando sua
escravidão, ainda que bem paga. Quando um jornalista ignora o CNJ
proposto pelo PT e vota no partido em troca de cargos para parentes,
está pedindo para ser escravo. Quando um funcionário público ignora que
os elevados gastos públicos são insustentáveis e vota no PT apenas para
manter alguns privilégios, está assinando embaixo de um modelo injusto
e criador de miséria.

Enfim, quando alguém ignora o caráter
autoritário do PT, o enorme esquema de corrupção arquitetado pelo
partido, seu populismo demagógico, suas péssimas amizades, sua
ideologia fracassada, fazendo vista grossa à todas as atrocidades
cometidas pelo governo Lula, em troca de algum interesse imediato
qualquer, merece ser culpado também pelo rumo do país. Afinal, está
dando uma carta branca nas mãos de políticos comprovadamente corruptos
e incompetentes, vendendo a alma ao diabo em troca de migalhas. Está
estendendo o pescoço voluntariamente à guilhotina. Focando apenas no
lucro momentâneo, está vendendo a corda que será usada para seu próprio
enforcamento. Eis o que ocorre quando o caminho da servidão conta com a
sanção das vítimas.



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