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A Perfídia de Veríssimo
(Rodrigo Constantino)

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O cronista Luís Fernando Veríssimo usa e abusa de seu espaço na mídia
para propaganda ideológica, sempre defendendo o fracassado socialismo.
Recentemente, chamou de "detalhe" a forma pela qual o governo conseguiu
as informações sigilosas da conta do caseiro que denunciou o
ex-ministro Palocci. Até à Abin foi pedida uma investigação ilegal do
caseiro por Palocci.

Caro Veríssimo, não estamos em Cuba,
ilha-presídio que o senhor parece admirar, de longe e do seu conforto.
Vivemos num país com democracia e Estado de direito. A forma pela qual
as informações foram obtidas não é um simples detalhe, mas algo da
maior gravidade. Mostra bem a face autoritária desse governo que o
senhor tanto defendeu. Tente evitar o proselitismo que lhe é tão
característico.

Agora o colunista ataca novamente, com bastante
retórica sensacionalista e zero de conteúdo lógico. Escreve em artigo
que tanto a “direita” como a “esquerda” sentem saudades do século XIX.
Os motivos da saudade esquerdista seriam os ideais revolucionários que
iriam transformar o mundo, a crença da inevitabilidade histórica do
socialismo. A nostalgia direitista viria dos tempos em que
trabalhadores eram explorados, segundo a estranha ótica do autor. Ou
seja, de um lado a saudade pelo sonho lindo, do outro a saudade da
exploração. E Veríssimo ainda conclui que foi a pregação socialista que
estragou a “perfeição” direitista, calcada nessa suposta exploração.
Considero difícil achar algum outro texto com tanta baboseira e
inversão em tão poucas palavras!

Veríssimo usa o recente caso
francês, país cuja mentalidade elitista ele adora, mostrando a luta de
alguns barulhentos jovens pela manutenção das conquistas trabalhistas.
Diz que aqueles que propõem a flexibilização trabalhista hoje
“babariam” com a realidade do velho século, com crianças e mulheres
trabalhando até 15 horas por dia. Alguém precisa avisar ao “ilustre”
colunista que antes da revolução industrial estas crianças e mulheres
morriam como moscas, de inanição. Será que Veríssimo não sabe que esse
trabalho era voluntário, posto que a alternativa era a fome? Será que
alguém com a erudição de Veríssimo desconhece que foi o avanço da
técnica nesta época que possibilitou que a população inglesa dobrasse
de tamanho em menos de um século, enquanto havia permanecido estagnada
por vários séculos? Será que o autor ignora que a situação da Polônia,
por exemplo, era caótica nesta época, e que tudo que as mulheres e
crianças polonesas gostariam naqueles duros anos era das oportunidades
criadas na Inglaterra?

Veríssimo tem que saber disso tudo. O que
ele faz é manipular as informações, comparando a situação atual com
aqueles complicados anos. Assim é fácil. Podemos até mesmo concluir que
a situação no Haiti não é tão grave, comparada às condições de vida dos
babilônicos sob Hamurabi. Fica faltando apenas honestidade intelectual
nesta “análise”...

Fora isso, o que possibilitou uma grande
melhora na qualidade de vida e condições de trabalho dos mais pobres
não foi a “pregação socialista”, nem de perto. Basta ver que onde mais
influência teve tal pregação, mais miséria o povo experimentou. Na
verdade, o que garantiu um progresso acelerado para essa gente foi
justamente a lógica capitalista, com avanços tecnológicos e competição
entre empregadores. Os funcionários da Dell vivem melhor que os cubanos
por esta razão, diferente do que Veríssimo tenta nos convencer. Onde a
produtividade do trabalho é maior, os salários tendem a ser maiores.
Onde o progresso capitalista é maior, as condições do trabalho tendem a
ser melhores. E onde há maior competição entre empresas, com
flexibilidade de contratos, as reais conquistas dos trabalhadores
tendem a ser maiores.

Mas o autor finge não ver nada disso, que
é bastante óbvio. Ele finge crer que são leis escritas, sem quaisquer
ligações com a realidade do mercado, que garantem a vida mansa para os
trabalhadores. As tais “conquistas” namarra, “protegendo” os
trabalhadores contra o desemprego e tudo mais. Se fosse tão simples,
bastaria colocar no papel salários milionários e garantia de emprego
eterno. Até mesmo a felicidade plena poderia ser imposta por lei. Mas a
realidade é chata para os românticos sonhadores. E a realidade é que
quanto maior a flexibilidade das leis trabalhistas, melhor para os
trabalhadores, principalmente os mais pobres. Afinal, a proteção na
marra do emprego de alguns significa a exclusão de outros, que
aceitariam trabalhar por menos. Não é por acaso que a taxa de
desemprego francesa já é o dobro da americana, passando de 20% no
segmento dos jovens, justamente os “protegidos” pela bela lei.

Desconfio
muito que tanta inversão por parte de Veríssimo não seja apenas
ignorância. Trata-se de alguém que escreve bem e leu bastante. Fico com
outra opção. Afinal, são artigos e mais artigos onde o cronista sempre
encontra um jeito de condenar o “neoliberalismo” e enaltecer o
socialismo, nunca com sólidos argumentos, sempre apelando para uma
retórica vazia. Na minha opinião, é mesmo pura perfídia.



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