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A Religião Marxista
(Rodrigo Constantino)

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Poucos intelectuais exerceram tanta influência direta como Karl Marx.
Suas idéias, afinal, foram colocadas em prática por seguidores
convictos como Lenin, Stalin e Mao Tse-Tung, sacrificando milhões de
vidas no altar da utopia. O marxismo pretendia ser científico, e tal
termo era comumente usado pelo próprio Marx. Seria crucial, então,
analisarmos quão científica era sua obra.

Como o estudo da vida de Marx deixa claro, ele não tinha as
características de um cientista que se interessa na busca da verdade.
Mais parecia um profeta, interessado em proclamá-la. Seu tom messiânico
e seu escrito escatológico, influenciado pelo pano de fundo poético,
nada tinham de científico. Sua visão apocalíptica de uma catástrofe
imensa prestes a se abater sobre o sistema vigente desprezava a
necessidade de evidências sustentadas pelos fatos. Tal característica
conquistou muitos seguidores pelo desejo de crer no fim próximo do
capitalismo, dispensando o uso da razão para tanto.

Marx tinha um bom talento como jornalista polêmico, e sabia usar
aforismos de forma inteligente, ainda que a maioria tenha sido copiada
de outros autores, e não criada por ele. Mas seu mérito residia no uso
das palavras para instigar sentimentos e revolta nos leitores. A
elaboração de sua filosofia foi um exercício de retórica, sem a
sustentação de sólidos pilares. Distanciado do mundo real, em seu
bunker intelectual, ele iria fazer de tudo para confirmar suas idéias
já preconcebidas. Afirmava ser o defensor dos proletários, e até onde
sabemos, nunca esteve numa manufatura ou fábrica. Seus aliados eram
intelectuais de classe média, como ele, e havia inclusive certo
desprezo pela classe trabalhadora.

Um cientista sério busca dados novos que possam contradizer suas teses.
Marx nunca fez isso; pelo contrário: tentava encontrar o tipo certo de
informação, adequada para suas teorias já definidas. Toda a sua
abordagem era no sentido da justificação de algo declarado como sendo a
verdade, não na investigação imparcial dos fatos. Era a convicção não
de um cientista, mas de um crente. Os dados estariam subordinados aos
seus trabalhos de pesquisa, tendo apenas que reforçar as conclusões
alcançadas independentemente deles. Com tal método, foi escrita sua
obra clássica, O Capital, repleta de contradições, dados errados ou
defasados, fontes suspeitas ou mesmo manipulações e falsificações.
Assim como na obra do seu colega Engels, o descaso flagrante e a
distorção tendenciosa estão presentes nos escritos de Marx, como prova
de uma desonestidade inequívoca.

Alguns exemplos merecem destaque para a melhor compreensão desta total
falta de compromisso com a verdade, premissa básica para qualquer um
que se considera um cientista. Marx utilizou informações obsoletas
quando interessava, já que as novas não validavam suas alegações. Em
exemplos gritantes, usava casos de décadas atrás para mostrar uma
suposta conseqüência nefasta do capitalismo, sendo que o próprio
capitalismo tinha feito a situação perversa desaparecer. Ele escolheu
também indústrias onde as condições de trabalho eram particularmente
ruins, como sendo típicas do capitalismo. Entretanto, esses casos
específicos eram justamente nas indústrias onde o capitalismo não tinha
dado o ar de sua graça, e as firmas não tinham condições de implantar
máquinas, por falta de capital. A realidade gritava que quanto mais
capital, menor o sofrimento dos trabalhadores. Marx não tinha o menor
interesse em escutar este brado retumbante dos fatos. Salvar a teoria,
e em última instância seu ódio ao capitalismo, era mais importante que
a verdade. Chamar isso de científico beira o absurdo completo.

No fundo, podemos tentar buscar os motivadores de Marx em alguns
aspectos de seu caráter. Ele alimentava um profundo gosto pela
violência, tendo deixado isso claro ao longo de toda a sua vida.
Desejava ardentemente o poder. Mostrava uma inabilidade irresponsável e
infantil de lidar com dinheiro, sendo vítima constante de agiotas. E
mostrava uma tendência de explorar os que se encontravam a sua volta,
incluindo família e melhores amigos.

Provavelmente, seu rancor refletia uma frustração em possuir certas
potencialidades mas ser incapaz de exercê-las de forma mais efetiva.
Marx levou uma vida boêmia e ociosa durante sua juventude. Mostrou uma
enorme incapacidade de lidar com dinheiro, gastando sempre muito mais
que recebia, tendo que parasitar nos familiares e amigos ou recorrer
aos agiotas. Isso pode estar na raiz de seu ódio ao sistema capitalista
e também seu anti-semitismo, já que os judeus praticavam normalmente a
usura. Ele pegava dinheiro emprestado, gastava de forma insensata, e
depois ficava nervoso com a cobrança. Passou a ver os juros como um
crime contra a humanidade, uma exploração do homem pelo homem. Não o
interessava verificar que o problema estava, de fato, em sua completa
irresponsabilidade. Chegou ao ponto de ser deserdado pela mãe, que
recusou pagar suas dívidas certa vez. Foi procurar refúgio em Engels,
um rico herdeiro e a maior fonte de renda de Marx, que passava então a
viver como pensionista de um rentier. Sua mulher, de família
aristocrata, também foi uma fonte de recursos para Marx. Aquele que
considerava o trabalho uma exploração, nunca quis muito saber de
trabalhar ou de se relacionar com trabalhadores, orgulhava-se da nobre
descendência de sua esposa e ainda vivia às custas do dinheiro dos
outros.

Poucos são os casos, em minha opinião, onde um só intelectual concentra
tantas idéias estapafúrdias. Fora isso, o desprezo por Marx aumenta
mais quando conhecemos sua vida e seu caráter, sem falar do fato de que
a concretização de seus ideais derramou um oceano de sangue inocente.
Por fim, a autoproclamação de que tanto absurdo e contradição tem um
respaldo científico é um crime contra a ciência e a razão. Se a
religião é o ópio do povo, como Marx dizia, o marxismo é o crack. Seus
seguidores – e eles são muitos ainda, principalmente entre os
intelectuais – precisam desprezar o uso da razão para manter a fé
dogmática no marxismo. Não foi a razão que falhou nas idéias de Marx.
Foi a falta dela, necessária para salvar a religião dogmática que é o
marxismo.



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