Língua e teatro - Didática
(Airae Soares de Souza)
A Língua e o teatro: uma estratégica didática no ensino da Língua Portuguesa
Vários são os fatores comportamentais que impedem o aluno de assimilarem o que é ensinado em sala-de-aula. Inibição e dispersividade são problemas que se sobressaem e notadamente prejudicam o relacionamento professor e aluno. Pensando nisso, acredita-se que a inserção didática do teatro como recurso facilitador estratégico da aprendizagem seja uma ferramenta de grande relevância, muito embora alguns lingüistas discordem dessa hipótese.
Vale tentar esse mecanismo quando se pensa que o teatro auxilia na conjugação verbal, na dicção e clareza das idéias lingüísticas e subjetivas, na formação de palavras, em si. Além disso, tem a questão da postura do aluno como ser social e enfrentamento do semelhante. A criança precisa aprender a aprender e exercitar a socialização do seu pensamento.
Didaticamente falando, é provado que uma aula dinâmica, aparentemente informal e descompromissada com livros didáticos e roteiros, com certeza rende muito mais e gera resultados mais positivos do que uma aula formal. Nesse prisma, entende-se que os recursos didáticos devem se afastar do convencional e da enfadonha sala fechada e buscar ambientes descontraídos.
A questão principal de rejeição de alguns profissionais da educação lingüística é a proporção do trabalho em compartilhar idéias e tempo extra. Enfim, uma “trabalheira julgada desnecessária” pelos educadores e educadoras convencionais. A inserção da informática como recurso criativo no ensino fundamental – comprovadamente um meio de aprendizagem viável e lucrativo, no ponto de vista pedagógico - também passa pelo gargalo da má-vontade e displicência educativa.
Inserindo o teatro como estratégia a mais no ensino da Língua, não se pretende que o aluno seja um ator ou atriz. O bom ensino de língua materna nesta fase, portanto, segue uma didática apoiada em atividades que exploram a oralidade e a familiarização com o idioma. Para a educação infantil, o estímulo da oralidade é sempre benéfico na prontidão da leitura e da escrita. Saber que existem variações na língua com sons e conjugações diferentes auxiliam no desenvolvimento fonoaudiológico da criança. Nessa didática inclui-se uma pedagogia sensata, do trabalho e do êxito, a criança é o centro de sua própria educação. Cada atividade deve ser um trabalho útil e criativo, decidido e organizado coletivamente pelos alunos com a coordenação do educador.
A dosagem da expressão teatral deve ser individualizada, considerando que o objetivo didático não é formar atores mirins e sim, afrouxar o comportamento daqueles que são inibidos e abrandar os hiperativos. Para que haja uma eficácia na didática aplicada, é preciso que a dramatização abranja a grade curricular de modo integral de acordo com o nível escolar e faixa etária. O cenário pode ser natural e de acordo com o tema da aula.
A oralidade na educação infantil é um dos objetivos específicos que variam de acordo com o nível escolar cujos alunos devem ser provocados sutilmente para efeito de avaliação. O gosto pela leitura também é um diferencial notado no desempenho dos alunos e se desabrocha cada vez mais com a constante aplicação desse tipo de didática. Nesse caso, também poderia ser utilizado uma didática de projetos, incluindo o teatro na grade.
Para os jovens, a dramatização é um estímulo para a leitura e a escrita, já que a maioria sente dificuldade em se expressar através da escrita. Outro ponto que atinge nessa faixa etária é o comportamento, pois a leitura ameniza os ânimos da impulsividade, de modo geral.
O teatro na escola valoriza a livre expressão dos alunos, motivando-os a partir do que considerava necessidades vitais do ser humano: criar, se expressar, se comunicar, viver em grupo, ter sucesso, agir-descobrir e se organizar. Observadas essas condições, a escola formaria, enfim, cidadãos autônomos e cooperativos , como queria Freinet.
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