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Um Líder Carismático
(Rodrigo Constantino)

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“Quem espera que o diabo ande pelo mundo com chifres será sempre sua presa.” (Schopenhauer)

Era uma vez um sujeito humilde, que resolveu entrar para o Partido dos
Trabalhadores, logo no começo de sua existência. Foi praticamente um
dos fundadores do partido. Tamanha era sua influência sobre os demais
membros, que logo se tornou o maior líder dentro do partido.
Praticamente redigiu o programa que seria defendido pelo partido. Este
programa era uma mistura de socialismo com nacionalismo.

O programa defendia a “obrigação do governo de prover aos cidadãos
oportunidades adequadas de emprego e vida”. Alertava que “as atividades
dos indivíduos não podem se chocar com os interesses da comunidade,
devendo ficar limitadas e confinadas ao objetivo do bem geral”.
Demandava o “fim do poder dos interesses financeiros”, assim como a
“divisão dos lucros pelas grandes empresas”. Também demandava “uma
grande expansão dos cuidados aos idosos”, e alegava que “o governo deve
oferecer uma educação pública muito mais abrangente e subsidiar a
educação das crianças com pais pobres”. Defendia que “o governo deve
assumir a melhoria da saúde pública protegendo as mães e filhos e
proibindo o trabalho infantil”. Pregava uma “reforma agrária para que
os pobres tivessem terra para plantar”. Combatia o “espírito
materialista” e afirmava ser possível uma recuperação do povo “somente
através da colocação do bem comum à frente do bem individual”. O meio
defendido para tanto era o centralismo do poder.

O líder era muito carismático, e sua retórica populista conquistava
milhões de seguidores. Ele contava com um brilhante “marqueteiro”, que
muito ajudava na roupagem do “messias restaurador”, enfeitiçando as
massas. Foi projetada a imagem de um homem simples e modesto, de
personalidade mágica e hipnotizadora, um incansável batalhador pelo
bem-estar do seu povo. Seus devaneios megalomaníacos eram constantes.
Sua propaganda política incluía constante apelo às emoções, repetindo
idéias e conceitos de forma sistemática, usando frases estereotipadas e
evitando ao máximo a objetividade. O Estado seria a locomotiva do
crescimento econômico, da criação de empregos e do resgate do orgulho
nacional. A liberdade individual era algo totalmente sem importância
neste contexto.

Seu Partido dos Trabalhadores finalmente chegou ao poder, através da
mesma democracia que era vista com desdém por seus membros. Uma “farsa”
para tomar o poder. O real objetivo tinha sido conquistado. As táticas
de lavagem cerebral tinham surtido efeito. Uma vez no governo, o líder
foi concentrando mais e mais poder para o Estado, controlando a mídia,
as empresas, tudo. Claro que o resultado foi catastrófico, como não
poderia deixar de ser. O povo pagou uma elevada conta pelo sonho do
“messias” que iria salvar a pátria.

Caro leitor, o líder carismático descrito acima não é quem você está
pensando. Ele é, na verdade, Adolf Hitler, líder do Partido dos
Trabalhadores Nacional-Socialista da Alemanha, mais conhecido apenas
como “nazistas”. Schopenhauer estava certo no alerta da epígrafe. O
diabo costuma se vestir de nobre altruísta. Os chifres aparecem somente
depois que a vítima vendeu-lhe sua alma. Aí já é tarde demais...



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