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O Valor Do Amanhã
(Eduardo Giannetti)

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O cientista social e economista Eduardo Giannetti lançou recentemente o livro O Valor do
Amanhã, um estudo sobre a taxa de juros. Giannetti inicia seu
estudo fornecendo uma explicação naturalista dos
fenômenos da taxa de juros e da taxa de poupança, considerando que ambas
as taxas estão presentes em todas as trocas inter-temporais, quer em trocas
inter-temporais da natureza (como as árvores que poupam
nutrientes no verão para gastá-los no inverno ou como o nosso corpo que poupa
nutrientes na forma de gordura para gastá-la em épocas de escassez); quer em
trocas inter-temporais humanas (sejam as trocas inter-temporais
que um mesmo indivíduo faz, poupando agora para gastar mais tarde, sejam as
trocas inter-temporais que normalmente ocorrem na sociedade, cujo exemplo mais
notório é a Previdência Social)

Após a apresentação do fenômeno da taxa de juros, Giannetti apresenta um modelo simples de trocas
inter-temporais que busca relacionar juros, poupança e crescimento econômico.


Esse modelo econômico simplificado é aplicado à realidade
brasileira. Giannetti extrai desse exercício interessantes explicações para duas
questões fundamentais: i) Por que o crescimento brasileiro é tão acidentado (ora
com altas taxas de inflação, ora com crises contantes na balança de pagamentos);
ii) Por que a economia brasileira, desde o advento do Real, tem taxas de juros
tão altas.

Em linhas gerais, a resposta para i) é que a sociedade
brasileira é extremamente consumista e imediatista, o que faz com que os
investimentos necessários em bens de capital e educação não tenham os seus
recursos oriundos da poupança interna (que é baixa, porque o
consumo é alto). No caso brasileiro os recursos necessários para o
desenvolvimento provieram ou do imposto inflacionário
(compulsório) ou de poupança externa. Giannetti argumenta que
em ambas as alternativas, apresentadas como alternativas históricas para
financiar os investimentos necessários para o desenvolvimento sem baixar o
consumo, criam sérios efeitos colaterais: ou altas taxas de inflação (governo
JK), ou crise na balança de pagamentos (governo Geisel).

A resposta a questão ii) se segue da i): Como existe um hiato
permanente entre a taxa de poupança interna e as necessidades de investimento, a
alternativa para manter um equilíbrio instável entre crise na balança de
pagamentos e inflação é recorrer a altíssimas taxas de juros de modo:
a) desincentivar violentamente o consumo; b) incentiva a poupança, ainda que o
brasileiro prefira pagar juros altíssimos a fazer poupança e comprar mercadorias
a vista.

Todavia a alternativa de manter o equilíbrio
macroeconômico com elevadas taxas de juros encontra sérios
problemas. Os mais relevantes são a baixa taxa de crescimento
econômico e o baixo volume de investimento estatal. O
primeiro fenômeno explica-se dado que a taxa de investimento depende da taxa
interna de retorno do capital. Com uma taxa de juros estratosférica, nenhum
investimento compensa mais do que manter o dinheiro aplicado em títulos do
governo. Já o segundo fenômeno explica-se pelo alto custo de rolagem da dívida
interna. Entretanto, o limite mais claro diz respeito ao baixo crescimento
econômico no longo prazo, que gera em nosso país já muito desigual grandes
distorções sociais, bem como a penalização das classes mais baixas, já que o seu
acesso a bens de consumo duráveis se faz, no mais das vezes, via crédito a taxas
de juros extorsivas (fato que deveria, segundo Giannetti, ser proibido mediante
legislação específica).



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