Verdadeira face do amor
(Amauri Voltaire)
Verdadeira face do amor
Amauri VoltaireTodo mundo já amou na vida, não digo apenas paixão,
mas amor mesmo de se amar a pessoa pelo que sente e o que é. Talvez a mais
perigosa maneira de se enveredar dentro no horror de uma vida solitária é não
amar, pois amamos tudo que nos mostra afeto até a nós mesmos. Hoje com o
aumento das mídias televisivas e o decorrer da ditadura da estética, o ser
humano não mais pode amar, porque amar virou sinônimo de ser piegas, quadrado,
sem ritmo de vida igual musica sertaneja que sempre é choros e traições. Não!
Não é isso definitivamente o amor, como disse Camões cuja foi massacrado por
uma piada muito sem graça por parte da juventude “brasilenha”, o amor é fogo
que arde sem se ver e é ferida que dói e não se sente. Isso, essa ferida nada
mais é do que o medo, a felicidade é tão grande que temos medo da incerteza de
sua duração.
Eu sou um
critico perante minha cultura, pois ao mesmo tempo em que se cultua o amor, se
cultua também a diminuição de si mesmo, ou seja, não podemos ter um amor que
nos prejudique e nem brincar com o sentimento alheio. Escutando um amigo falar
que se sentiu sufocado tive a ligeira impressão que muitas pessoas não
conseguem ter compromissos, elas não se alto disciplinam para amar e
compreender, entender a si próprio e ao outro sempre no dialogo, sempre um
momento de entender um ao outro. Isso faz falta nas pessoas, a compreensão.
O medo da
incerteza vai causando mal estar numa relação, numa insegurança que gera o
momento em que não se quer mais ter uma relação. O mundo se estagnou numa
liberdade forjada, pois como disse Rousseau, todo homem nasce livre, mas esta
acorrentado. Talvez uma alusão do Mito da Caverna de Platão, porem aqui fica
como referencial de prisão, pois amar nunca pode ter o estigma da prisão e sim
da liberdade. Lembro quando li Romeu e Julieta, mesmo gostando mais de Isolda e
Tristão, ver aquele amor de morrer pelo outro num sinal adolescente; pois é
aquele certo amor que nos faz amar verdadeiramente, corpo e alma, sentido e
fisiológico.
Todo mundo faz
seu príncipe e sua princesa e quer pôr no outro essa imagem, pois ficar
alucinados por uma ilusão ótica do falso amor, o amor analgésico. Ora, o amor
analgésico é aquele que o sujeito fica “grogue” e pensa está lúcido não vendo a
verdade, pois amar é ver a verdade dos fatos.
Esta idéia que fez o ser humano a não querer ver, só verá a verdade que
ele foi condicionado a ver numa maneira sócio-politico em que eu tenho que
pensar igual a maioria, senão serei excluído.
A mentira ilusória que foi criada em sua mente, ou melhor, nossa mente é
criada para consumimos mais e de uma igualdade.
As ilusões são
alvo de controvérsias entre eu e eu mesmo, ou seja, entro em conflito comigo
mesmo e assim, sendo um pouco imaturo. O real nem pode sanar a ilusão e nem
pode dar-nos o fruto da minha própria verdade, pois as verdades não podem ser
ditas por serem ditas apenas, tem que ser sanadas com ilusões que chamamos
verdade e que o mundo humano é uma simples e deliciosa tragédia de amor...
O amor sente e
não pensa, o pensar é dos filósofos, amar é dos poetas; mesmo Platão sendo
contra os artistas como poetas, poetas são filósofos que expressam com
sentimentos, para ele o lógico está dentro da sua musa; dentro de seu
sentimento se acham milhares de afirmações que chegam dentro do que ele quer
expressar sendo seu amor o mais importante do que governos e sua vida. O amor
para o poeta é uma alusão ao Mundo das Idéias platônico, sentindo o que se
sente sem medo das idéias alheias e sim do amor que sentem.
Para todos que
amam o lógico é o meio de se comunicar com o outro, e o lógico nem sempre tem
sua coerência, ou seja, ninguém pensa direito quando se ama. A idéia central
deste texto é mostrar não uma amostra de minha idéia o que seria o amor e toda
minha idéia de sentimento, mas a idéia de que não precisamos ser irracionais
para amar, mas ser nós mesmos e entender a si e ao outro sempre que podemos.
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