O Estado de Sao Paolo
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Breve relato de como a mãe, Rosilda, fez um grande lance em profundidade para colocar o filho no lugar em que ele esta.
O Pai e o tio jogavam futebol, e o pai era centroavante. A mãe e as seis tias jogavam futebol, e a mãe era centroavante. Ele ainda não existia. Mas eis que o pai, aos 20 anos, e a mãe, aos 13, começam a namorar, lá no campinho Ordem e Progresso, na Favela Vila Cruzeiro, um enclave no grande bairro da Penha, no Rio de Janeiro. Nada mais natural que, algum tempo depois, a mãe sentisse um chute no ventre, bem lá dentro. Claro, acontece com todas as mães. Só que ali quem estava chutando era Adriano.
Adriano Leite Ribeiro, Hoje com 24 anos, que os torcedores da Inter de Milão chamam, O Imperador, veste a camisa da seleção brasileira de futebol e carrega a esperança de todos nós que pretendemos ver o Brasil erguer novamente a taça de campeão mundial de futebol, o único hexacampeão do mundo.
A Comunidade de Vila Cruzeiro, no bairro da Penha, sul da cidade do Rio, tem aproximadamente 120 mi habitantes e é formada por pelo menos outras 11 comunidades, como Mirindiba, Cascatinha e Grota, entre elas a Favela Vila Cruzeiro, com 20 mil habitantes. A favela, dominada pelo trafico de drogas, teve sua fama de violência multiplicada a partir de 2 de junho de 2002, quando o jornalista Tim Lopes, da Rede Globo, foi seqüestrado e morto ao documentar um baile funk em que a droga era comercializada e consumida. Estacionamos próximo a um pequeno bar, um bote, como dizem na favela, em que Richard, um alto, forte e simpático beque-central, amigo e companheiro de Adriano em jogos importantes no Ordem e progresso, conversa com três amigos. Ele cumprimenta nosso acompanhante, que nos apresenta e diz que o repórter está ali para conhecer alguns ex-colegas de Adriano, ver o campinho em que ele jogou e a casa em que foi criado. Fizemos nosso trabalho, circulamos por ali, conversamos com Richard e Jorginho, um centroavante que deu azar de jogar no mesmo time de Adriano, e por isso ficava sempre no banco. De volta ao boteco, bati um papo com um dos amigos de Richard. Antes, sou avisado de que há uma garrafa de água gelada separada e já paga para mim. Obrigado, mas quem pagou? Isso não interessa, respondem, o que importa é que esta paga. Falo com o amigo de Richard, um homem com aparência nordestina, pele queimada, grandes bigodes negros, e pergunto-lhe sobre a violência do bairro.
Rosilda colocou Adriano no fraldinha do Flamengo em 1988, quando ele tinha entre 6 a 7 anos. O garoto começou no futebol de salão, depois passou para futebol de campo e, em 1999, aos 16 anos, foi convocado para seleção brasileira que disputou o Campeonato Mundial sub-17, na Nova Zelândia. Foi campeão. Na volta ao Flamengo, passou para o profissional em 2000 e ficou nele até 2001. O Flamengo conquistou o titulo carioca daquele ano, com Adriano destacando-se a ponto de ser convocado para a seleção brasileira principal, por Emerson Leão, nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2002. Teve, em 2004, o feito mais importante de sua carreira até agora, quando, convocado para a Copa América, entrou em campo na final contra a Argentina. Os argentinos já comemoravam o titulo, vencendo por 2 a 1, rindo e provocando os brasileiros... mas tiveram a infelicidade de ver a bola ser lançada para Adriano no último instante da partida. Adriano chutou de esquerda, de virada, batendo o goleiro Abbondanzieri e empatando o jogo.
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