Thorstein Veblen e a dinâmica da acumulação capitalista
(Auricy Macedo)
Thorstein Veblen, insiste na questão da acumulação como modo de vida e não como suporte à dinâmica do capitalismo entendido como máquina de produzir. A acumulação da qual ele fala não é a do capital, mas a dos objetos ou dos serviços de consumo, pois enquanto que nas sociedades tradicionais, esta dinâmica trata de mostrar assim o seu poder, nas sociedades capitalistas, ela trata de mostrar o seu sucesso.
Veblen, que vem de uma corrente de análise muito dinâmica nos Estados Unidos, antes da Segunda Guerra mundial, a corrente institucionalista, insiste no fato de que o consumo serve para afirmar a sua vinculação a um grupo social e ao mesmo tempo traduz o desejo de cada um dos membros deste grupo de se agregar ao grupo social superior. Segundo ele (Veblen), qualquer classe é movida pelo desejo e rivaliza com a classe que lhe é imediatamente superior na escala social. Esta tendência à emulação é o mais poderoso, o mais ativo,o mais incansável dos motores da própria vida econômica.
Para as classes dominantes, trata-se de mostrar de maneira ostensiva que conseguiu alcançar o sucesso, já para as outras classes, trata-se de ascensão na hierarquia social. E Veblen vê nesta escalada a profunda causa da dinâmica produtiva.
A sua originalidade não é criticar o universo da mercadoria, mas mostrar que este universo gera uma demanda sem fim, fonte de um crescimento sem fim. Segundo ele, o capitalismo é um aprendiz de feiticeiro, que abre as válvulas de uma produção sem limites, dado que ela é da ordem do desejo e não da necessidade.
O capitalismo é, em primeiro lugar, uma força de acumulação que não suporta limites. Devido à produção, porque é fonte de mais-valia, considerava Marx. Devido ao consumo ostensivo, que transforma o desejo em demanda incessantemente em aumento, defendia Veblen. Por causa de uma certa ética religiosa que, procurando a prova de uma salvação espiritual no sucesso material, fez da empresa o lugar de uma procura racional de crescimento ilimitado, concluía Weber. Mas, nos três casos, o capitalismo é, inicialmente, um sistema, uma lógica, uma mecânica, cuja força motriz é a continuação de uma acumulação sem fim.
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