BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


De Schumpeter à Perroux: o papel dos empresários
(Auricy Macedo)

Publicidade
Para Joseph Schumpeter o capitalismo não é só um sistema, é também um negócio de homens. Esta é a sua convicção. Ele se interessa mais ao desenvolvimento do que ao nascimento do capitalismo, mais à sua dinâmica do que às suas características. Schumpeter é tanto sociólogo quanto economista. O que caracteriza o capitalismo, sublinha ele, é a forma como, incessantemente, novos produtos, novas técnicas e novas formas de organização aparecem sobre a cena social. E ele fala sobre o processo de mutação industrial, que incessantemente revoluciona do interior da estrutura econômica, destruindo continuamente os seus elementos envelhecidos e criando continuamente elementos novos. Este processo de destruição criadora constitui o dado fundamental do capitalismo: em última análise, é nele que consiste o capitalismo, e toda empresa capitalista deve, querendo ou não, se adaptar à esse processo. Mas porque então este “furacão perpétuo” (o termo é de Schumpeter) dá uma certa vertigem? Seria a pressão da concorrência? Ora, responde Schumpeter, se os homens - os chefes de empresa - estão preparados para assumir riscos, para lançar novos produtos, para utilizar novas técnicas ou organizar diferentemente a produção, é em razão do interesse pelo lucro - que os incentiva. Esperam ganhar o “premio da loteria”, sendo os primeiros a comercializar este novo produto ou a utilizar esta nova técnica. Se funcionar, eles vão colher durante um certo tempo o benefício de um monopólio de fato e durante o qual eles vão poder se enriquecer. Para Schumpeter, quanto maior é o prêmio, mais dispostos estarão a assumir riscos.

François Perroux, na linhagem de Schumpeter, também sublinha que o capitalismo é, em primeiro lugar, “uma economia de empresas” que repousa sobre a inovação, ou seja, sobre os inovadores que assumem riscos para romper com os hábitos adquiridos e que introduzem, por sua conta e risco, as mudanças. Mas, ao contrário de Schumpeter, Perroux considera que o Estado desempenha um papel central de coordenador e de árbitro, ele dá corpo e senso ao conjunto nacional, sobre o qual se apóia cada capitalismo específico, incluindo quando se trata de partir à conquista do mundo e de enfrentar os outros capitalismos. Certamente, são as empresas que fazem o capitalismo, mas é o Estado que lhe dá coerência, homogeneidade e características profundas. O capitalismo é então, por natureza, um sistema misto. Segundo ele, um capitalismo inteiramente privado, a história nunca conheceu, a observação do presente não nos revela a existência de nenhum.

Nós estamos distantes do mercado e da sua mão invisível, pois não é a concorrência que explica a dinâmica do sistema, mas as firmas dominantes, graças à inovação (Schumpeter) e ao Estado (Perroux).



Resumos Relacionados


- A Formaçao Do Capitalismo

- Tipos De Capitalismo

- O Que O Capitalismo Não é

- Capitalismo

- Alternatives Economiques - Teoricos Do Capitalismo



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia