Revista Factual
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RECONVERSÃO DA BACIA LEITEIRA DO WAKO-KUNGO
Grande aposta
no desenvolvimento de Angola
As primeiras 150 casas foram já
entregues no Waku Kungo, antiga
central leiteira da Cela, a 150 quilómetros
a norte da capital da província do
Kuanza Sul e a 420 quilómetros de
Luanda,em Angola. Este projecto ilustra o
novo ambiente sócio-económico do complexo
agro-pecuário concebido com base
na cooperação bilateral entre Israel e
Angola, engajando o grupo LR e o
Governo, respectivamente, num investimento
no valor de 600 mi-lhões de
dólares americanos.
Quando estiver concluído, o projecto piloto
empregará 600 famílias na agricultura
e 800 em actividades agro-industriais,
concretamente, na produção de lacticínios
(leite, queijo, manteiga, carne e
seus derivados), nas regiões de Waku
Kungo e Matala. A célebre manteiga da
Cela invadirá de novo o mercado
angolano com o rótulo “Waku Kungo”. O
entusiasmo governamental é tão grande
que os trabalhos decorrem a um ritmo
acele-rado no sentido da construção,
reorganização das estruturas administrativas
do projecto Aldeia Nova que no
fundo pretende substituir a antiga,
baseada em colonatos. No seu lugar surgirão
os aldeamentos, dotados de
condições dignas de um moderno agregado
populacional, que se organiza com
fins expansionistas. O projecto Aldeia
Nova albergará escolas até ao ensino
primário e secundário, centros de saúde,
estruturas de armazenamento e distribuição
de produtos; matérias-primas,
etc.; de tratamento de água; de produção
térmica de energia e uma base
logística. De acordo com as previsões
espera-se que cada fazenda possa produzir
resultados na ordem dos quatro mil
dólares/ano. O acesso à propriedade no
aldeamento é feito por concurso público
reali-zado anualmente. A prioridade é
para os habitantes da região (70% agricultores
e 30%, desmobilizados das Forças
Armadas Angolanas). No projecto estão
envolvidos, entre outros, o Ministério da
Construção e Obras Públicas, cujo titular
da pasta, Higino Carneiro foi governador
da província do Kuanza-Sul e profundo
conhecedor da região. A gestão do
empreendimento foi entregue a um dos
melhores economistas de Angola, José
Cerqueira.
DADOS GEOGRÁFICOS - De acordo com
o memorando a que tivemos acesso “até
1960 a Cela era um centro administrativo
com uma área de 6.331 quilómetros
quadrados, uma população de 70 mil
habitantes”. Nele viviam em 1964, 415
famílias portuguesas, num universo populacional
de 2.160 habitantes. As actividades
mais importantes consistiam na
criação de gado bovino,. caprino e suíno,
além da produção de cereais, como o
milho, arroz, batata, café e soja.
“Actualmente vivem na região 614 mil
habitantes (143 mil homens; 215 mulheres
e 256 mil crianças)” diz o estudo.
“ Os vales da região encontram-se a uma
altitude entre 1200 e 1400 me-tros acima
do nível do mar, com picos atingindo
2100 metros. Dois grandes rios cruzam a
zona: o Nhia, a Norte e o Queve, a sul”.
Cursos de água estendem-se ao longo dos
vales, constituindo “ parte da infraestrutura
agrícola portuguesa. As chuvas iniciam
em Setembro e vão até Maio. A densidade
pluviométrica é de 1350 milímetros”.
Os aldeamentos portugueses -
prossegue o memorando - “foram planeados
de uma forma uniforme, tendo cada
um cerca de 26 fazendas construídas ao
longo de uma só rua. Cada aldeamento
tinha um centro urbano com instalações
públicas, igreja, escola, poço central de
água. No total vivem hoje em cada
aldeamento, cerca de 400 pessoas”
“(...) O sistema de aldeamentos portugueses
estava ligado por estradas de
terra batida. Na estação das chuvas, o
trânsito é muito difícil e de acordo com
as informações recebidas, existem igualmente
problemas com as cheias. Poucos
veículos fazem a ligação com as cidades
da província. O percurso é feito a pé,
com transporte de carga animal ou sobre
a cabeça por muitos quilómetros. Devido
à falta de água corrente, o rio e os canais
O projecto AldeiaNova prevê além da cedência
da casa (modelo abaixo) para cada agricultor,
local para ordenha, ou galinheiro e/ou
pocilga.Comodidades: central térmica de energia
eléctrica; asfaltagem da rua principal; escola
primária, etc.
Reconversão da bacia leiteira
de irrigação tornam-se o centro de
reunião para a lavagem de roupa.
O memorando adianta que “um dos
objectivos deste projecto é renovar o
povoamento agrícola na zona de Waku-
Kungo, através da criação de aldeamentos
agrícolas para os habitantes actuais e
o reforço dos mesmos, com cerca de 250
famílias de agricultores adicionais”.
FINANCIAMENTOS - O projecto Aldeia
Nova foi ao elaborado ao pormenor,
descrevendo todas as etapas que vão
desde a produção agro-pecuária, até à
industrialização. Pequenas fábricas
instaladas no local deverão transformar a
produção dos agricultores e escoá-la a
seguir para os grandes centros de consumo
do país. Para que tudo isso funcione
sem obstáculos foi definida a possibilidade
de acesso ao crédito, aos produtores
com dificuldades financeiras. De
acordo com o estudo, “os investimentos
nas infraestruturas de cada fazenda
incluem a preparação das terras, estruturas
da própria fazenda, instrumentos
agrícolas, sistema de irrigação e outros
equipamentos”.
“Estes investimentos - esclarece o memorando
- serão feitos pela administração
do projecto e registadas como
empréstimo ao agricultor por um prazo
de 20 anos, com juros subsidiados. Este
empréstimo inclui também 75 por cento
da quantia investida na habitação da
família. Vinte e cinco por cento do investimento
na casa serão considerados como
doação, para absorção”. Justificações:
“Uma agricultura moderna requer um sistema
financeiro moderno. (...) Este projecto
envolve investimentos iniciais em
infraestruturas e empresas de apoio à
produção, assim como as subsequentes
transacções financeiras entre - por um
lado - os agricultores individuais e os
fornecedores de matérias primas e - por
outro lado -, os canais de comercialização”.
Para a concretização do plano financeiro
do projecto fica o Governo com a responsabilidade
de seleccionar um banco comercial
que terá “direitos exclusivos para
tratar de questões financeiras relativas
ao projecto durante um determinado
número de anos”. Nestes termos o banco
“será supervisionado e sujeito a regulamentos
impostos pelo Governo e pela
administração do projecto, para assegurar
que não haja aproveitamento da sua
posição monopolista” e as suas acções
não colidam com os objectivos do
mesmo. FUNDOS - Serão garantidos pelo
Governo como um empréstimo ao banco.
TIPOS DE EMPRÉSTIMO: Inicial, para
suporte de despesas de arranque. De
curto prazo, para os encargos iniciais e
de consumo familiar e de longo prazo que
impõe como garantia, a propriedade, em
caso de falta de pagamento do empréstimo.
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DIAS DOS SANTOS
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