Vacina Anti-HPV: Recentes avanços
(Carlos R)
A vacina contra o papilomavirus humano (HPV) do trato genital inferior, feminino (Gardasil) foi aprovada, nos EUA, pelo FDA, no dia 08 de junho de 2006. A pesqusadora brasileira, Dra. Luisa Lina Villa (Instituto Ludwig de Pesquisa), uma das líderes mundiais dos trabalhos para a criação do medicamento, afirma que a MerckSharp tem estoque para abastecer a demanda dos EUA e outros países do ocidente. A vacina quadrivalente (para os quatro vírus mais comuns na popução) é indicada principalmente para mulheres entre 09 e 26 anos, podendo ser utilizada em faixas etárias mais altas, na dependência de não ter havido ainda infecção viral das candidatas de maior idade. Em 2002, a conceituada revista médica New England apresentou os primeiros resultados de pesquisa, iniciada em 1998, nos EEUU, que comprovaram a eficácia de 100% dessa vacina. Os autores relataram que o estudo contou com: 1) a participação de 2392 mulheres de diversos centros médicos dos EEUU 2) seleção de mulheres jovens (16 a 23 anos, idade mediana de 20 anos), não grávidas ou sem planos de engravidar, sem exames preventivos anormais. 75,8% eram brancas, com antecedentes de no máximo cinco parceiros sexuais masculinos 3) a utilização da vacina Merck para HPV-16, que consiste de partículas altamente purificadas do capsídio L1 do vírus HPV-16 4) a vacinação de 1194 mulheres, enquanto outras 1198 receberam receberam placebo. O seguimento foi realizado por cerca de 17,4 meses, após ser completado o regime de vacinação. 5) Após a terceira e última dose (mês 7) o título médio de anticorpos HPV-16 foi 1510 mMU, entre as mulheres que receberam a vacina HPV-16 e menos de 6 mMu/ml entre as mulheres que receberam placebo. 6) Os resultados indicam que a vacina anti-HPV é altamente eficaz porque um regime de três doses reduziu a incidência de infecção HPV-16. Todos os 41 casos de nova infecção HPV-16, incluindo 9 casos de NIC (uma lesão pré-cancerosa) relacionado ao HPV-16 ocorreram entre voluntárias utilizando placebo, o que é expressão de uma eficácia de 100% da vacina anti- HPV-16. A vacina deverá ser aplicada em três doses: a segunda, após dois meses e a terceira depois de 06 meses da primeira vacina. As três doses hoje custam US$ 360, um preço inacessível às classes economicamente menos favorecidas. Estuda-se a possibilidade de uso da vacina também no sexo masculino. As seguradoras de saúde americanas planejam pagar a vacina para meninas virgens, de 11 e 12 anos. No Brasil, pode ser que, futuramente, programas governamentais venham disponibilizar a vacinação em massa, à semelhança das campanhas atuais contra as viroses infantis. Na impossibilidade de arcar com o preço, vale lembrar que a dieta rica em carotenóides ou com alto teor de ácido retinóico pode ter efeito anti-viral em infecções com HPV oncogênico. A última grande pulicação sobre o assunto foi editada pela revista The Lancet Oncology, em 07/04/05, com os resultados da pesquisa mundial com a vacina quadrivalente da Merck (Gardasil), Foi demonstrado que após dois anos e meio de follow-up, a incidência de infecção persistente com HPV e doenças genitais relacionadas (NIC, condilomas) foi reduzida em 90%. No Brasil, a avaliação de 600 mulheres jovens mostrou que nenhuma das vacinadas desenvolveu câncer do colo uterino, lesões pré-cancerosas ou verrugas genitais por HPV.
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