Quadrado Mágico
(M. Adelaide Duarte)
QUADRADO MÁGICO
Futebol nunca foi minha paixão, mas obrigo-me a admitir que a seleção brasileira de futebol é uma metáfora de exército de paz e criatividade do povo brasileiro. Há nela uma espécie de simbologia do melhor que sabemos fazer aos olhos do planeta. A despeito de um país desigual, e com tanta corrupção, temos uma bandeira que tremula imponente pelos estádios do mundo. O futebol brasileiro, reconhecido nos mais recônditos recantos da terra tem nos tirado do anonimato no mundo desenvolvido. Futebol, para brasileiro é arte; emociona, faz rir ou chorar sempre. Com ou sem quadrado mágico, queremos a arte de que somos mestres, e que traduz a essência do nosso espírito. Hoje temo que nossa arte tenha sido contaminada pela vaidade da supremacia conquistada com suor, disciplina e decisão. Incrédulos, assistimos o desfile de chuteiras que um dia deixaram suas pegadas em gramados brasileiros, por contas milionárias pelo mundo. Compreensível para um país com tantas mazelas, como o Brasil. Os craques, filhos desta terra hão de fazer bonito sempre lá fora, mas é imprescindível que não esqueçam suas origens, porque individualidade e fama são linhas tênues, que não justificam o desencanto de um povo, cuja alma está impregnada pela arte do futebol. Havemos de rir ou chorar sempre, porque arte não tem preço, e nem se restringe à geometria de um quadrado, mas acima de tudo à magia de formas de expressão.
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