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Documento e História
(André Porto Ancona Lopez)

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Com base na premissa de que a seleção e o arquivo de documentos estão revestidos de carga ideológica - que podem acabar se sobrepondo aos princípios éticos e à visão crítica do historiador - , Lopez analisa os processo implicados nestas atividades, propondo uma revisão dos mesmos. Para o autor, tal discussão se faz necessária na medida em que a preservação documental deve estar preparada para atender à uma gama mais ampla de demandas - surgidas, principalmente, pela renovação teórica operada na historiografia das últimas décadas.
Lopez aponta, primeiramente, para o fato inegável de que a Nova História - ao trazer para o centro da cena aspectos culturais e cotidianos - acabou por ampliar o conceito de documento, fazendo com que aumentasse igualmente o seu volume. Paralela a esta revolução conceitual, houve uma revolução tecnológica que diversificou o tipo de suportes disponíveis para a preservação de informações. Alterações que acabam por exigir uma atualização que tem por base o intercâmbio entre teoria histórica e a prática arquivista.
O autor afirma que , à medida em que surgem novas necessidades - e, com elas, as volumosas séries documentais - o documento típico de uma abordagem positivista, individualizado, se perde. Para Lopez, esta mudança é fruto do sistema capitalista que - permeando todos os setores sociais - acaba por impor uma burocratização que tem por fim garantir o seu funcionamento.
Dialogando com Le Goff, Lopez afirma que seus conceitos de documento e monumento sugerem que ambos são frutos de conotações ideológicas - mas que, enquanto o primeiro é gerado
inconscientemente, o segundo estaria premeditadamente a elas atrelado. Daí, segundo Lopez, a proposta de Le Goff no sentido de monumentalizar o documento para fazer emergir o contexto ideológico em que foi produzido e garantir, ao historiador, maior objetividade. Porém, para Lopez, isto implica em eleger o documento à categoria de monumento, negando sua geração espontânea. O que, na opinião do autor, não está correto já que:


" A produção de um documento, ao contrário de sua utilização pelo historiador, nunca é consciente ou inconsciente, mas natural e espontânea"

Lopez entende a arquivística como fruto de um processo natural - e não de " um esforço de imposição de uma imagem ante o futuro", como quer Le Goff. A arquivística de Lopez é, antes, " a perpetuação do presente" por parte de sociedades que pretendem evitar a mudança inerente ao processo histórico.
Outro aspecto importante abordado pelo autor, é o fato de que a história do cotidiano acabou utilizando elementos informais para um melhor entendimento de processos universais. Neste sentido, a hermenêutica reaparece, a partir da necessidade de um conhecimento mais amplo, que possa abarcar novas categorias de atores sociais. Para Lopez, a hermenêutica, ao promover a "universalização do indivíduo" acaba por promover, paralelamente, enquanto busca do informal, a crítica da ideologia dominante.
Finalmente, Lopez aponta para o fato de que uma renovação teórica arquivística não se fará sem uma, igualmente importante, revisão da tipologia documental. Porém, o autor lamenta que, no Brasil, ao mesmo tempo em que os arquivistas não possuem especialização em história, os historiadores costumam ver a arquivística como função meramente técnica, desprovida de atividade intelectual.


LOPEZ, André Porto Ancona. Documento e História. In: MALERBA, Jurandir (org.) Teoria, vmétodo e historiografia. Capinas, SP: Papirus, 1996, p. 15-36



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