Uma Guerra Que Não Vai Longe
(Edward N. Luttwak)
As chances de um conflito armado espalhar-se pelo Oriente Médio a partir das agressões e retaliações infligidas uns os outros por israelenses e milicianos do Hezbollah é remota, bastante improvável, na verdade. É o que atesta Edward N. Luttwak, em editorial assinado no New York Times deste 17 de Julho
Não é segredo para ninguém que o conflito foi iniciado por uma ação do Hezbollah patrocinada diretamente por Síria e Irã, diz ele; mas justamente por isso as chances de as agressões se espalharem pela região são desprezíveis. O Hezbollah tem o apoio financeiro e político da Síria e recebe armamentos do Irã, o que poderia sugerir que esses estados podem interferir no conflito. Mas Luttwak explica que outros grupos radicais islâmicos da região, como o Hamas e a Fraternidade Muçulmana ao contam com apoio suficiente de governantes locais para aventurar-se em agressões a estados soberanos. E tampouco Síria e Irã podem dar-se ao luxo de tentar agressões contra Israel pois não têm nem poderio suficiente para fazer frente ao exército israelense e nem o suporte interno necessário para suportar as perdas que certamente decorreriam de uma eventual guerra contra o Estado de Israel.
Segundo Luttwak, o conflito foi incentivado por Síria e Irã para desviar o foco da atenção de si próprios, já que o Irã tem estado na berlinda mundial em virtude de seu programa nuclear e a Síria é uma importante fonte de apoio político e monetário do Hamas, que tem causado muita controvérsia por seus posicionamentos no governo da autoridade palestina.
Como ambos os países teriam muito a perder com uma participação direta no conflito e os demais líderes árabes já deram declarações solapando qualquer apoio político ao Hezbollah, é bem provável que o conflito fique restrito ao sul do Líbano.
Para ler o editorial na íntegra, acesse http://www.nytimes.com/2006/07/18/opinion/18luttwak.html?th&emc=th
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