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Mulheres na Arte do Linho
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A Artelinho é uma cooperativa de mulheres que trabalha a arte do linho, bordados e verga no concelho do Sardoal. O gosto pela terra, pela conservação do linho e o querer contribuir para o rendimento familiar levou um grupo de mulheres a optar pela constituição de uma cooperativa. Apesar das dificuldades nos apoios financeiros, com a concorrência e no escoamento dos seus produtos, a direcção promete que não vai desistir.
A Cooperativa Artelinho ocupa assiduamente cerca de duas dezenas de cooperantes que ao longo dos anos transformaram a arte de trabalhar o linho numa actividade rendível. Uma actividade que «hoje em dia contribui para o rendimento económico da família de cada uma das cooperantes», afirma Clemência Maria, presidente da direcção da Artelinho.
Sob o ponto de vista social, «a cooperativa foi uma mais valia para cada uma das cooperantes, principalmente as que trabalham, na medida em que aumentou a sua auto-estima e a sua afirmação como ser humano e cidadã».
Gerir uma cooperativa desta natureza num meio agrícola «é complicado». Contrariamente ao que costuma ser habitual em cooperativas cujo objecto de produção é artesanal, a Artelinho integra o ramo da agrícola e não o do artesanato. «Não existe uma política de apoio ao artesanato. No ramo da agricultura a situação é um pouco diferente e já há mais possibilidades de obter maiores apoios».
Até ao momento a cooperativa tem beneficiado de ajudas do Ministério da Agricultura, através dos programas de apoio ao desenvolvimento rural. O último deles foi o CEARTE, em colaboração com o INSCOOP que promoveu acções de formação técnica nas áreas relacionadas com a tecnologia de tecelagem, dos bordados, vime e confecção de vestuário simples.
Para a Artelinho, a «formação é uma mais valia. Sabemos trabalhar os materiais porque são conhecimentos que passam de geração para geração, mas é bom aperfeiçoarmos e modernizarmos os nossos conhecimentos. Além disso, existem novas técnicas que podem facilitar em muito o nosso trabalho».
Apesar do meio urbano ser pequeno, a cooperativa foi crescendo e, em 1993, a lista de inscrições chegou a atingir 68 cooperantes e, actualmente, estão inscritas 52 mulheres. A laborar na actividade da cooperativa estão 20 cooperantes, sete na tecelagem, dez nos bordados e três na confecção de vimes».
Actualmente o número de cooperantes e de cooperantes/ trabalhadoras estagnou «e há uma necessidade muito grande de renovar a estrutura associativa. Daqui a uns anos corremos o risco de não termos cooperantes porque as que actualmente integram a cooperativa tem uma média de idades de 50/60 anos».
Neste sentido, a direcção da Artelinho está a desenvolver esforços para aumentar o número de sócios e rejuvenescer a faixa etária da cooperativa. O mais importante para Clemência Maria «não é a localidade onde as pessoas residem, mas sim o amor que sentem na confecção destes produtos e no gosto pela terra. São duas condições essenciais para ingressar na Artelinho».
Gestão participada
A Artelinho funciona como uma cooperativa de trabalho associado com uma forma de gestão participada. Cada cooperadora dispõe das instalações e equipamentos da cooperativa para dar corpo ao linho que traz da sua própria exploração agrícola.
As encomendas dos produtos podem ser feitas à cooperadora ou à cooperativa, mas a primeira «só recebe a compensação financeira do seu trabalho depois de ele ser pago». A cooperativa fica com uma percentagem da facturação, «que visa o pagamento das despesas relacionadas com a manutenção da sede da Artelinho, entre elas, água, luz, compra de matérias primas e deslocações a feiras. No fundo, são despesas partilhadas por todas».
Características que levam Clemência Maria a defender que a cooperativa «não criou postos de trabalho com a sua actividade. Tornou rentável uma actividade que as mulheres fazem para complementar o rendimento familiar e o ordenado dos maridos e trouxe algumas vantagens que isoladas não tínhamos capacidade de as obter».O acesso a factores de produção, serviços e apoios institucionais, a colocação dos produtos em novos mercados são algumas das vantagens que a organização em cooperativa trouxe a este grupo de mulheres.
Nos seus 12 anos de existência, a Artelinho já confeccionou milhares de peças artesanais que «são reconhecidas por todos como sendo trabalhos de grande qualidade e com valor artístico». Mas a concorrência e o escoamento dos produtos são dois dos problemas com que a cooperativa se defronta presentemente.
Além da sede da Artelinho com venda directa ao público, os produtos são vendidos nalgumas lojas locais e em exposições. Na opinião da presidente da direcção ainda é «insuficiente. É preciso criar alternativas e apoios para que possamos vender os nossos produtos o mais longe possível. A localidade onde estamos inseridas é muito pequena e quase toda a população feminina com mais idade trabalha o linho».
A esta dificuldade soma-se a concorrência «desleal» dos produtos «confeccionados em fábrica e que não têm a qualidade dos artesanais, mas são mais baratos e vendem mais».
Para tentar ultrapassar as dificuldades e criar mais fontes de lucro, a Artelinho, com o apoio do programa LEADER II, vai alargar as suas actividades aos produtos regionais, mas os que «fazem crescer água na boca», como a doçaria e enchidos. «São aspectos da gastronomia do distrito de Santarém que estão a ter muita procura junto das pessoas que visitam a nossa localidade. Além de criar novos recursos locais, desenvolvemos a freguesia de Alcaravela e fixamos as pessoas à terra porque a esperança é a última a morrer».
Navegue em: www.jorgedalcaravela.com



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