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Por um triz
(Vineeta Sehgal)

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No ano de 1990 vivíamos numa pequena vila nas colinas de Garhwal. O nome do lugar era Deghat, que não pode ser localizado nem mesmo no mapa da Índia. Local rico em belezas naturais, mas quase desprovido de infra-estrutura mínima como estradas, abastecimento de água, transporte ou conexão com qualquer cidade maior, etc. Alguns de nossos amigos pertenciam às áreas íngremes, usualmente ao entardecer saíamos para longas caminhadas. Uma vez me vangloriei "Agora estou acostumada a subir as colinas e elas não me intimidam mais, nem que apresentem qualquer desafio real, eu acho que posso escalar qualquer colina com perfeita facilidade, como se eu tivesse nascido e vivido aqui todo o tempo". "Bem", disse o senhor Thaplival, amanhã levarei você para um antigo templo construído no topo de uma colina, a estrada de acesso é muito difícil, nós teremos que virtualmente passar através de arrozais, que são cheios de água, pois é época da semeadura". Eu aceitei o desafio. No dia seguinte, bem cedo, começamos nossa jornada. Nossa filha Sunaina, de quatro anos, estava conosco também. Em toda nossa volta havia arrozais e trilhas íngremes em zigue-zague que, me pergunto, podem ser chamadas de estradas. Não estávamos acostumados a esses terrenos íngremes, então após duas horas de cansativa jornada, conseguimos chegar ao templo. Ao chegar lá, percebi que todo nosso esforço não tinha sido em vão porque era de uma beleza de tirar o fôlego. Tinha sido construído por algum rei para comemorar sua vitória sobre o adversário. Era difícil imaginar quanto dinheiro e esforço tinham sido desprendidos para a sua construção. A serenidade, sua estrutura antiga, o som da água vindo do rio correndo sob o templo, o gorjeio de pássaros e o farfalhar de folhas, somados ao seu charme. Alguns devotos e ministros lá presentes, entoavam mantras sagrados e executavam yajnas, o que dava um toque místico a ele. Por hábito, contratamos os serviços de um ministro para nos guiar na execução do pooja. O ministro nos passou dois potes com as instruções de enchê-los com a água de um riacho que corria mais abaixo, numa distância de aproximadamente cem pés. Deixamos nossa filha aos cuidados de nossos amigos e saímos para buscar água, tínhamos que repetir o ritual por sete vezes. Na última vez, meu marido caminhava à minha frente, e eu de repente notei algo se movendo entre seus pés , na verdade um grupo de pequenas serpentes. Parecia que elas tinham acabado de sair de seus ovos e estavam ziguezagueando em completa alegria para saudar sua vida na Terra. Ou talvez estivessem mostrando sua obediência a Deus. Eu estava chocada, queria dizer a ele, porque ele parecia alheio ao que estava acontecendo, mas imediatamente abandonei a idéia de falar. Se eu gritasse para que ele soubesse da presença das serpentes, ele poderia entrar em pânico e nesse estado confuso, pisar nelas. Orei para que Deus permitisse que meu marido passasse a salvo. Então, com a respiração mais moderada, esperei e dei um suspiro de alívio quando ele finalmente atravessou a salvo. Eu agradeci a Deus por salvar todas nossas preciosas vidas. Foi por um triz para todos nós. É durante tais momentos que Ele nos faz perceber o quão insignificantes somos diante de Seu poder. Nós não temos a menor noção dos perigos a que nosso próximo passo pode nos levar. Foi uma excursão muito bonita e memorável. Ainda bem que na volta o senhor Thapliyal sugeriu um caminho mais curto e mais seguro, do qual gostamos mais.



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