BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


NInguém Nunca Atira a Primeira Pedra
(Daniel Gilbert)

Publicidade
Em um artigo bastante interessante e muito bem escrito publicado no New York Times desta segunda-feira, 24/07/2006 na seção de Op-Eds, Daniel Gilbert, um professor de psicologia em Harvard analisa as condicionantes biológicas envolvidas no jogo as vezes de conseqüências desastrosas, de agressão e retaliação.
Ele cita um estudo conduzido pelo pesquisador Willian Swann, na Universidade do Texas, em que pares de voluntários foram agrupados e instruídos a agirem como líderes mundiais discutindo um hipotético ataque nuclear. Foi pedido a um voluntário para expor um primeiro argumento, e então ao segundo para argumentar de volta e assim sucessivamente. Após o final da discussão, foram expostos os argumentos aos voluntários e pedido a eles que identificassem o que foi dito antes e após cada argumento exposto. Os pesquisadores constataram que os voluntários geralmente se lembravam do que foi dito antes de seus argumentos e do que foi dito depois dos argumentos do seu oponente. Isso expõe um padrão, diz Gilbert: as pessoas tendem a pensar em suas ações como conseqüência do que veio antes e nas ações de outras pessoas como causas do que virá em seguida. Isso não é causado por um interesse egoístico, ele analisa, mas implica de dois fatos inocentes, como ele diz, a saber, de que nossos sentidos são direcionados para fora, o que torna mais fácil reparar nos outros e no fato de nossa vida mental ser de natureza íntima, o que facilita uma valoração maior de nossos próprios pensamentos.
Esses princípios podem ser bastante relevantes nos dias de hoje em que o maior conflito em muito tempo no Oriente Médio é motivado por um jogo de agressões e retaliações de ambas as partes, cada uma procurando demonstrar a natureza defensiva de suas ações.
O vocabulário, aliás, relembra Gilbert, é cheio de termos como retaliação, revanche, etc que apontam para o caráter de retribuição que damos a certos atos de violência.
De fato existem dois princípios que regem o jogo: quem é agredido tem o direito de se defender e a retaliação deve ser de intensidade igual à agressão. Basta lembrar a condenação da comunidade internacional a Israel de que tem usado força desproporcional em sua retaliação.
A propósito da dificuldade de se aplicar o segundo princípio, Gilbert cita um outro estudo em que voluntários foram instruídos a, com o auxílio de mecanismos especiais, causarem pressão nos dedos uns dos outros, mas sempre com intensidade igual à recebida. O resultado foi que a pressão exercida sobre os dedos do parceiro foi sempre, em média, 40 por cento maior do que a recebida, a despeito de ambas as partes alegarem que estavam a exercer sempre a mesma pressão enquanto o parceiro é quem aumentava sempre a força empregada. Essa característica também se deve a uma estranheza biológica que faz com que não consigamos avaliar de modo parecido a nossa dor e a dor de terceiros.
Nada disso desautoriza o inegável papel que interesses pessoais, egoísmo e outra falhas de caráter desempenham em nossas relações com nossos semelhantes, mas apenas ressalta que é preciso levar em conta alguns aspectos da psicologia humana para melhor entender nossos conflitos.
Para ler a versão integral do artigo, em inglês:
http://www.nytimes.com/2006/07/24/opinion/24gilbert.html?pagewanted=1&_r=1



Resumos Relacionados


- Japoneses Criam Técnica Para Ver O Que Estamos Sonhando

- Primeiro O Mais Importante

- O Globo

- Análise Do Cérebro Prevê Comportamento

- Assertividade



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia