A Grandeza do Homem
(Giuliano Pereira D'Abronzo)
Num mundo amplamente globalizado e enraizado no individualismo, difunde-se a idéia de que a competição é a melhor forma de se destacar e conseguir um espaço, por menor que seja, ao brilho dos raios do sol.
E nesse panorama, constantemente somos atingidos pelo complexo do superlativo. Sempre se discute sobre o esportista que mais se destaca, o homem mais alto, o mais inteligente, o melhor articulador, o mais perspicaz, e assim por diante, numa sucessão de superlativos que acabam por se tornar a meta de todos que querem ter o seu espaço.
Valoriza-se uma característica e coloca-se que, através da competição, abrir-se-á espaço a todos aqueles que querem se destacar. Muitas vezes, grande energia é despendida e, ao se obter o resultado daquela disputa, percebe-se que não era o desejado.
No entanto a vida continua e o sistema atual se repete, vestido de novas roupagens, mas o mesmo princípio de competição se repete. E igualmente o clima de insatisfação aumenta no ser humano. Por quê? Por que a constante disputa por um espaço ao sol não é capaz de dar ao ser humano a satisfação desejada?
É sabido que a vida é instável, da mesma forma que o movimento o é. A instabilidade é que dá a oportunidade de mudança de estado, por abrir nova oportunidade de manifestação, nova forma de visão, novo ângulo de entendimento. A disputa, da mesma forma, abre essa oportunidade.
Só que ocorre algo diferente na disputa, competição. No sistema atual, disputa-se apenas e tão-somente pela disputa em si. Em princípio, não existe, pelo menos conscientemente, razão para a disputa e o ser humano torna-se infeliz, por não saber, durante toda uma disputa, sua jornada e sua vida, a razão de estar disputando e, em última análise, a razão da disputa e, conseqüentemente, que o tornará feliz.
E nesse quadro, torna-se estéril qualquer tipo de disputa, por não haver razão que mostre a importância dessa disputa.
Pois bem, percebe-se que a grandeza do Homem não é limitada por esses fatores, pois essa grandeza está sim centrada naquele homem que descobre sua importância, seu papel, sua razão de vida e se torna instrumento para manifestar aquilo que acredita. Quanto maior for essa razão de vida, maior será sua grandeza. E ao mesmo tempo torna-se desnecessária a disputa, pois não haverá mais a competição para aquele que quer seu espaço tirando de outro. Quando descobre-se essa razão, percebe-se que através da união com seus iguais, pessoas estas que defendem o mesmo princípio, o resultado será maior, pois é a união de grandes seres humanos que passam a lutar por um único objetivo, o objetivo que norteia a vida de cada um.
A competição, ao contrário da união, coloca um indivíduo contra o outro, não deixando espaço para que juntos, somem suas potencialidades e alcancem seus objetivos.
E é nesse quadro que vivemos. Difundindo a idéia do superlativo, fechamos as portas à somatória de forças e perdemos a oportunidade de crescermos ainda mais como seres humanos, por não darmos valor a todos tais como são.
Observando essa situação, não seria a união de homens de boa vontade o melhor caminho para se construir um Mundo Melhor?
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