Resumo de Evolução - Giuliano Pereira D'Abronzo

Quão grande somos nós, capazes de subjugar todos os seres vivos e acharmos senhores de suas vidas, suas existências, suas necessidades. Onde está nossa consciência, pois acreditamos termos o poder de determinar o próprio destino da Terra e de seus filhos, sem ao menos compreendermos quem somos e descobrir as razões da presença de cada forma de vida sobre a Terra?
Olhando desse prisma, cremos sermos tão diferentes de tudo o que existe, capazes de acreditar sermos os únicos seres “perfeitos” e dessa forma fazer da constituição da vida em suas múltiplas formas, servas de nossos caprichos? Seremos seres de tal forma superiores que nos julgamos preparados para viver alheios aos destinos da Terra, os quais, necessariamente, dependem de nossos esforços?
Quem somos nós que aprendemos, não se sabe onde, que a nós tudo deve servir, e nada devemos ou queremos fazer para a construção e manutenção de um sistema harmônico que, por milênios e milênios, vem se transformando na mais pura e completa obra da natureza?
Evidente está que não somos diferentes em constituição física, basta ver que os mesmos processos bioquímicos que regem todos os seres vivos estão igualmente presentes em nós. Aliás, ao contrário disso, somos frutos da própria evolução, que criou a tudo e a todos e dá a qualquer forma de vida, indistintamente, a chance de crescer, evoluir e existir. Essa igualdade entre as reações físicas dos seres vivos e do ser humano mostra que temos a mesma origem e há uma inter-relação entre todas as formas de vida.
Por isso indaga-se: quem somos nós, incapazes de viver em harmonia dentro de nós mesmos, quanto mais com nossos semelhantes? Nos conflitos sobre a nossa existência mostramos que inseguros estamos sobre a nossa capacidade de compreensão do mundo e da nossa própria importância e responsabilidade sobre os destinos desse mesmo mundo. Essa insegurança interna gera não só os conflitos presentes na sociedade, mas também a insatisfação do ser humano frente aos seus objetivos e perspectivas.
Por conseguinte, qual é a nossa participação frente à criação?
Resposta difícil de se dar. A princípio poderíamos dizer que somos superiores a todos pois, segundo a visão de alguns, devemos dominar a todos os viventes. Será isso? Ou será melhor aplicarmos a nossa inteligência, e que é uma das maiores dádivas que recebemos, para um crescimento sustentável, harmonioso, onde as espécies convivem e interagem de forma a manter o equilíbrio criado pela Natureza. Não seria essa uma das nossas missões na Terra, aplicando nossa capacidade de alterar o meio para a criação de um local propício à evolução do ser humano, sem descurar-se da preservação do meio ambiente?
Somos capazes de a todos subjugar, inclusive a nós mesmos, mas não somos capazes de usar o único sentido que temos a mais que os outros seres vivos, o espiritual, e tirar deste sentimento a construção de um mundo mais justo.
Matéria, sentimento, mente, todos possuem e todos os utilizam para manter a própria existência, mas esquecem de aproveitar seu potencial para a evolução do mundo. A espiritualidade, tão aclamada, não requer grandes dispêndios, mas sim a dedicação que nos levará a transformar o nosso mundo e conseqüente tudo aquilo que nos rodeia. Por isso, é necessário apenas começarmos a fazer a nossa parte, e apenas isso, o que levará, inevitavelmente a mudança do mundo. Sem nos preocuparmos sobre a atitude dos demais, pois com a convicção de que nossas ações servirão de base para a mudança do mundo, sabemos que o melhor está sendo feito e um dia, essa mesma obstinação que nos levou a mudar nossas atitudes também atingirá aqueles que nos rodeiam e em pouco tempo o mundo.
Um dia, quando passarmos a crer que realmente temos essa capacidade espiritual e nela basearmos nossa vida, poderemos traçar o destino da Terra, transformando a nossa vida e, conseqüentemente o mundo, prosseguindo no constante caminho da evolução.

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