O preço para Paz
(Giuliano Pereira D'Abronzo)
Qual seria o preço para se conseguir a paz? Desde que o ser humano começou a escrever sua história, observa-se que muito foi gasto no desenvolvimento da tecnologia com vistas a criar equipamentos que protegessem a paz, sendo em sua maioria equipamentos de guerra.
Ao longo da história observamos também o aumento do estado de beligerância entre as nações, culminando com o constante estado de terror que assola a todos, indistintamente, seja qualquer sua origem. Vemos e sentimos que o ser humano tornou-se inseguro consigo mesmo, bem como com seus semelhantes, e busca proteger-se e proteger a sua paz, resumida no seu mundo, através de métodos e equipamentos voltados para a guerra.
E quanto foi gasto e quanto mais tem sido gasto nesses equipamentos! Como se fossem eles os meios necessários e únicos para se atingir a paz!
Prega-se que devemos proteger e também buscar a paz sempre tendo como ponto de partida a guerra. Segundo esse ponto de vista, a guerra seria o caminho escolhido para se proteger a paz, como se ambos fossem compatíveis!
E nesse quadro de necessidade de se proteger a paz, o ser humano colocou um preço nela. O preço que o próprio ser humano e as nações são capazes de pagar pelas armas que irão protegê-la.
Triste ilusão essa de que a paz tem um preço... Sobretudo se esse preço estiver atrelado ao preço das armas...
Na verdade, a paz não é mensurável pelos valores atribuídos pelo dinheiro. A paz é sim o resultado obtido por aqueles que reconhecem suas limitações, bem como, e principalmente, suas virtudes, colocando-as a serviço daquilo que ele acredita ser importante; a paz, por exemplo.
Nessas pessoas observa-se que a paz, tanto quanto a justiça e a liberdade, já são realidade, metas consagradas, frutos do seu reconhecimento como ser humano.
Não foi o dinheiro, ou mesmo o poder que deu a esses seres humanos essa possibilidade, mas sim a sensibilidade de reconhecer-se, reconhecer seus semelhantes e ter ciência da importância de seu papel na construção do mundo.
E nesse ponto voltamos a perguntar: qual seria o preço para se conseguir a paz? Percebe-se, pois, que não se mede a paz pelo preço. Pois a paz não será, jamais, imposta pela guerra ou através da força das armas. A paz, na verdade, tem um preço inestimável, pois ela é fruto da liberdade, e dentro desse conceito encontra-se o respeito a tudo e a todos, reconhecendo que existe espaço neste mundo para a manifestação de todas as formas de vida e de pensamentos. Sem esse respeito, fruto da evolução do ser humano, não haverá paz.
Por isso, perguntamos: até que ponto o ser humano pode se considerar livre?
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