Atos de Guerrilha
(Laerte Braga)
O ex-governador de São Paulo e candidato tucano à presidência da República, Geraldo Alckmin, transferiu as responsabilidades da crise de segurança pública no estado que governou para o Governo Federal. Segundo o tucano, o problema é nacional, logo do presidente da República. Isso me fez lembrar o recurso de um advogado, feito há alguns anos na Justiça Militar Federal, contra a condenação de seu cliente a um ano de prisão. O dito cliente, um soldado, havia pego uma arma no quartel e vendido a um receptador. O argumento do advogado foi o seguinte: o Exército é uma instituição pública, sustentado com dinheiro público, logo a arma é pública e o soldado é dos “públicos” que sustentam o Exército. O que vale dizer o acusado tinha direito a pegar e vender a arma, pois também era dono da arma. Está explicado porque Alckmin é visto como alguém que não anda e não fala ao mesmo tempo. E está entendido porque d. Lúcia precisa de 400 vestidos. Há uns tempos atrás se dizia que São Paulo, o Estado, anda sozinho, prescinde de governador. O que explica figuras como Maluf, Alckmin, como antes explicaria ou explicou Ademar de Barros, Abreu Sodré e vai por aí afora. O candidato tucano não soube responder sobre a mania tucana de investigar tudo do outro lado e não deixar que nada do seu lado seja investigado. As CPIs que foram derrubadas na Assembléia Legislativa e se destinavam, por exemplo, a apurar favorecimento político através da Nossa Caixa. São Paulo é um dos poucos estados brasileiros, ou talvez o único que mantenha um banco estatal. É um privilégio. Os outros ainda não privatizados estão praticamente sob controle do Banco Central. O que vale dizer escapam dos governadores. A julgar pela entrevista do ex-governador ao “Jornal Nacional”, a não ser que arranjem um jeito dele só falar o que estiver escrito previamente, o cara vai despencar ladeira abaixo nas pesquisas. Pois começa no A. engasga no B e tropeça e cai, não levanta mais no C. Ou o marqueteiro arma aquelas trucagens de tentar fazer o eleitor imaginar que Alckmin é mais que um boneco de ventríloquo, ou o negócio vai para o brejo. Essa história de “ato de guerrilha”, sem análise do fato em si, tem a ver com a mentalidade OPUS DEI/DASLU. Se forçar muito o cara vai falar em Lei de Segurança Nacional, em atos especiais, tipo institucionais, para normalizar a situação, rigor da lei, força desmedida, coisas assim do tipo que Israel faz com palestinos e libaneses e diz que é para garantir a segurança. Padre Nobre, um antigo deputado do ex-PSD mineiro, costumava olhar os candidatos a cargos majoritários e dizia o seguinte sobre alguns: “não deixa ele falar senão a gente perde. Só adeusinho, jogar uns beijos, acenar, se falar estamos lascados”. É o caso do candidato tucano. Pífio. Ridículo.
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