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Não Devo Nada à Fiscalização/Grande Irmão
(Laerte Braga)

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O maior problema de Geraldo Alckmin é Geraldo Alckmin. O cara desanima tucanos inclusive. Vários candidatos a governos estaduais, Senado, Câmara dos Deputados e assembléias legislativas começam a esquivar-se de qualquer compromisso com o candidato do PSDB. Como quem de fato governou São Paulo nos anos que Alckmin foi governador, d. Lúcia e seus amigos secretários, estilistas, da DASLU, etc, como não podem assumir o papel do candidato, a vaca vai para o brejo. Vai ser difícil tirá-la de lá, embora em política nada seja impossível, sobretudo na política nacional, a do clube de amigos e inimigos cordiais. De repente, pouco provável mas não impossível, a senadora Heloísa Helena pode assombrar, já está assombrando e complicar o quadro. A entrevista de Lula ao “Jornal Nacional” foi um exercício de vaidade de William Bonner, o de se colocar na condição de guru dos brasileiros, como tem feito em todas as entrevistas. Pobre povo que toma a “Globo” como referência. É que não sabem que quando o “Jornal Nacional” termina, eles pegam o Bonner, tiram o chip e guardam num baú até a próxima edição. E assim que recolocam o chip, um especialista coloca-o à sua frente e fica repetindo até ele entender: “você é Deus. Você é Deus”. Aí ele penteia o cabelo, chama os colaboradores, assentam-se todos em torno de uma grande mesa, ele à cabeceira, para decidir qual o prato do dia para o público Homer Simpson. E enquanto isso rola, Fátima Bernardes vai sendo treinada para continuar acreditando que entende de tudo e tem o dever e a missão de colaborar na libertação e ascensão dos brasileiros ao paraíso do PROJAC. Não dá tanto trabalho quanto parece. É questão de chip e mais ou menos funciona algo como aquela experiência de Pavlov com o cão, o choque e a comida. Uma hora coloca o prato, outra hora afasta, o choque é coisa banal, uns fios aqui e ali, pronto, cenário perfeito. Aí os caras cá embaixo acreditam que o mundo é isso. Correm até as gavetas, pegam as máscaras de felicidade cidadã e responsabilidade cívica, colocam nos rostos e o mundo está salvo. A hipocrisia é a regra. O problema é aquele detectado anos atrás por Vinicius de Moraes: “o infarto, ou pior o psiquiatra”. Enfim, o mundo oficial é feito de “responsabilidades” e “deveres”, nem que mais à frente seja preciso encher a cara. Ou parar desesperado num sinal de trânsito, montado num carro bem sucedido, tal e qual Chico Buarque escreveu. “Vai abrir... Vai abrir... Eu procuro você... Por favor não esqueça...” Quinze minutos de glória? Não vão ser alcançados com os “deveres” e as “responsabilidades”. Só na hora que subir no teto e mesmo assim depende de como subir. Se subir e pular vira um coitado massacrado pela realidade brutal, mas um fraco que não conseguiu agüentar até á próxima dose. Se não pular, um bocó que nem peito teve de pular. Aí chega o dia das eleições e a vida inteira se põe no dever cívico de escolher o presidente de um modelo falido, podre. Ou não se põe. Nem chega a tanto. A indigência existencial é tão grande que tanto faz como tanto fez. Essa história que Hollywood vive contando que existe robô com alma é bobagem. É mais ou menos como aquela do índio que trai sua comunidade e vai ajudar os caras pálidas, pois percebe a necessidade imperiosa dos novos tempos, do progresso, dos avanços. O duro é a hora de deitar. Dá uma sensação que tem um Alckmin dentro. Batendo e pulsando até a próxima edição do “Jornal Nacional”. É uma dose única por dia, ainda que doses mínimas e que precedem ou se sucedem ao grande momento possam ser tomadas. Continua, sempre foi, o sábio Sérgio Porto/Stanislaw Ponte Preta: “o melhor da televisão é o botão de desligar”. Ou então, como no, coisa rara, excelente e extinto “Jornal de Vanguarda”, depois de Nélson Rodrigues receitar fórmulas para vida, o mesmo Stanislaw no machismo da época: “o filme que vem por aí é uma droga. Não tem remédio, vá lá e encare a patroa”. Não tem mais isso não. Negócio hoje é “dever e responsabilidade cidadãs”.´ A máscara/chip modelo William Bonner, à venda em todas as boas lojas do ramo. A hipocrisia ao alcance de todos. Como eu não devo nada à “fiscalização/grande irmão”, quero que a “fiscalização/grande irmão” se exploda.



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