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a velhice
(lucia orsolon)

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A VELHICE

...“velhice, isso não existe!. Há apenas pessoas menos jovens do que as outras, e nada mais. Para a sociedade, a velhice aparece como uma espécie de segredo vergonhoso, do qual é indecente falar. Sobre a mulher, a criança, o adolescente, existe em todas as áreas uma abundante literatura; fora das obras especializadas, as alusões à velhice são muito raras”.
(BEAUVOIR, 2003, p.8).


A velhice é um resultado dinâmico de um processo global de modificações progressivas e incessantes no funcionamento do organismo, fazendo com que o indivíduo tenha dificuldades em se adaptar ao meio ambiente e tornando-o conseqüentemente mais vulnerável às doenças.

De acordo com pesquisas recentes feitas pelo IBGE, o Brasil nos próximos 40 anos será o país mais envelhecido do continente latino-americano, de acordo com o prolongamento de vida e a queda de natalidade e fecundidade.

Socialmente, a função da velhice é de lembrar e dar expressão às suas lembranças, sendo o papel da memória valorizado entre os mais velhos, pois suas lembranças constituem patrimônio coletivo, expresso e revivido permanentemente no contato com novas gerações. Nossa sociedade consumista oferece pouca oportunidade ao idoso para exercitar e ativar a lembrança. O ciclo permanente de produção e de consumo exige a destruição e o desaparecimento do que foi produzido no passado e a criação permanente de novas formas de produção e consumo, o material humano só interessa enquanto produz. Os velhos que não têm poder econômico dificilmente conseguem fazer valer seus direitos. O velho, incapaz de suprir a suas necessidades representa sempre uma carga.

Em nossa sociedade nada difere da idéia descrita por Simone de Beauvoir quando diz que:

[...] se os velhos manifestam os mesmos desejos, os mesmos sentimentos, as mesmas reivindicações que os jovens, eles escandalizam; neles amor, o ciúme parecem odiosos ou ridículos, a sexualidade repugnante, a violência irrisória. Devem dar o exemplo de todas as virtudes. Antes de tudo, exige-se deles a serenidade; afirma-se que possuem essa serenidade, o que autoriza o desinteresse por sua infelicidade.
A imagem sublimada deles mesmos que lhes é proposta é a do Sábio aureolado de cabelos brancos, rico de experiência e venerável, que domina de muito alto a condição humana; se dela se afastam, caem no outro extremo: a imagem que se opõe à primeira é a do velho louco que caduca e delira e de quem as crianças zombam. De qualquer maneira, por sua virtude ou por sua abjeção, os velhos situam-se fora da humanidade. Pode-se, portanto, sem escrúpulo, recusar-lhes o mínimo julgado necessário para levar uma vida de homem. (2003, p.10).

A Biologia descreve algumas etapas que fazem parte do desenvolvimento humano como: concepção, desenvolvimento intra-uterino, nascimento, infância, adolescência, maturidade, velhice e morte. Cada etapa tem um desenvolvimento determinado por perdas ou ganhos em nossa qualidade de vida.

[...] a velhice aparece como uma desgraça: mesmo nas pessoas que consideramos conservadas, a decadência física que ela traz salta aos olhos. Pois a espécie humana é aquela em que as mudanças causadas pelos anos são as mais espetaculares [...] (BEAUVOIR, 2003, p.12).

O indivíduo sofre as conseqüências de sua classe social, grupo profissional, cultural e outros fatores, que podem encurtar ou prolongar sua vida, ou seja, de acordo com os recursos financeiros, sua profissão, a maneira como vive e cuida de sua saúde, seu corpo, etc. Tudo isso influi no processo da longevidade.

O tempo decorrido desde o nascimento de um indivíduo até sua morte, chama-se idade cronológica. A idade social de uma pessoa, não coincide com sua idade cronológica, nem com sua idade biológica. Ela é determinada em função da sua vivência, educação e história de vida.
Viver bem com sua própria idade e envelhecer tirando proveito do processo degenerativo de todas os órgãos de nosso corpo não é um processo muito fácil, porém, o quefaz uma pessoa estar saudável ou não é a capacidade de seu organismo responder às necessidades do dia-a-dia independentemente de sua idade cronológica, biológica ou social.

Envelhecer é um processo que atinge o corpo todo. As alterações consideradas normais podem provocar desconforto e dificuldades para a vida diária, devendo, na medida do possível, serem minimizadas, pois o idoso normalmente está numa situação de perdas contínuas tais como: a perda de status em função da aposentadoria, maior freqüência de doenças, declínio físico, etc.



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