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Linguagem e Arte
(Ana Helena Goes)

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Cada cultura apresenta, uma maneira peculiar, de sentir o mundo e atuar nele. Cada cultura tem suas construções próprias: sua alimentação, seus costumes, sua religião, arquitetura, política, valores, etc...Muito provavelmente nos seus primórdios a arte esteve ligada às manifestações religiosas das tribos primitivas, arte e religião formavam um todo indivisível, esta “arte-magia” – esta produção de imagens mentais – foi não só o primeiro passo na criação da arte, mas também da linguagem. Isto é compreensível na medida em que se percebe que, ao evocar imagens mentais daquilo que havia visto, o homem das cavernas estava, de certa forma, representando-as.
Nossa linguagem é um código simbólico, ou seja, as palavras (símbolos) são convencionadas para transmitir um determinado significado, sendo um produto de uma convenção entre os homens, a fim de que seus símbolos guardem um mesmo sentido para todos que a empregam. Porém a linguagem não é uma simples lista dos objetos do mundo, um simples agrupamento de símbolos que representam as coisas existentes; é por meio da linguagem que o homem organiza suas percepções e coloca em ordem um amontoado de estímulos sonoros, luminosos, táteis etc., visando a construção de um todo significativo.
As palavras são um “resumo fragmentado” do nosso sentir constante. Elas procuram sempre tomar este sentir e simbolizá-lo. Buscam significá-lo e exprimi-lo. Comunicar é primordialmente transmitir conceitos da maneira mais clara possível, se refere basicamente à transmissão de significados explícitos, reduzindo ao máximo as conotações. A expressão, por sua vez, diz respeito à manifestação de sentimentos (através de diferentes sinais ou signos) e através da expressão que se identificam sensações e sentimentos, a expressão é ambígua e depende da interpretação daquele que a percebe.
O sentimento é, a primeira forma direta não elaborada de apreensão do mundo, a linguagem procura sempre captar os nossos sentimentos significando-os e classificando-os em conceitos. Se os símbolos lingüísticos são incapazes de nos apresentar integralmente os sentimentos, a arte surge como uma tentativa de fazê-lo. A arte é algo assim como a tentativa de se tirar um instantâneo do sentir. Pois a arte é sempre a criação de uma forma e, seja ela estática ou dinâmica, tal forma, em que se apresenta a arte, constitui uma maneira de se exprimir um ou vários sentimentos.
Na arte, não se vê convenções explicitamente formuladas. As formas da arte não são propriamente símbolos convencionais. O sentido expresso por uma obra de arte reside nela mesma, e não fora. Não se pode, por exemplo, traduzir uma obra de arte em outra, encontrando-lhe “sinônimos”, como se faz com a linguagem. Portanto, a arte não é um símbolo verdadeiro - como o são os símbolos lingüísticos – podendo mesmo ser entendida como um quase um símbolo, já que simboliza apenas e tão somente os sentimentos que existem nela própria, não nos remetendo a significados conceituais, mas a sentidos do universo dos sentimentos. Assim a arte tem uma forma de exprimir sentidos, diferente da maneira de transmitir significados da linguagem verbal.



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