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Sobre a Concepção Educacional de Santo Agostinho
(Domenico Sovano)

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A obra de Santo Agostinho (350-430 D.C) representa fundamentalmente uma tentativa de discussão dos fundamentos da religião cristã com base na filosofia platônica. Tendo assim, o platonismo como alicerce teórico, Agostinho desenvolveu e defendeu a idéia de que, como toda necessidade humana, também a aprendizagem, em última instância, só pode ser satisfeita por Deus. Acreditando que "aprender é recordar", o eminente filósofo medieval desenvolveu a teoria da iluminação divina, na qual entendia que Cristo, funcionando como mestre interior, era o responsável pela aprendizagem.
Apesar de Agostinho servir-se de Platão e dos neoplatônicos para discutir as verdades da religião, não relegando portanto, toda a tradição filosófica à categoria de erro, isto não implicava que entendia ser possível discutir livremente qualquer questão religiosa, nem que situava as verdades da fé no mesmo plano do conhecimento profano. Pelo contrário, a fé na revelação divina proporciona, segundo o filósofo, o mais elevado conhecimento de que somos capazes, tais verdades não podendo ser alcançadas somente pela força da razão. Daí a consideração de Agostinho de que a doutrina da iluminação divina se constitui no fundamento último da verdade.
Na doutrina do conhecimento existe uma luz interior que é a verdadeira fonte da verdade, e os objetos sensíveis, bem como as palavras são ocasiões para que se manifeste tal iluminação. Isso significa que a verdade, enquanto forma de perfeição, deriva da própria Perfeição - ou de Deus - embora possa se manifestar pela via das coisas imperfeitas. Segundo Agostinho, os homens não aprendem pelas palavras que repercutem exteriormente, mas pela verdade que ensina interiormente: o Cristo. Esta consideração pode melhor ser compreendida por meio da leitura dos capítulos XI e XII de sua obra intitulada De Magistro, da qual tiramos alguns trechos que seguem abaixo a fim de apresentar mesmo que sucintamente Agostinho por ele próprio:
(. ..) Com as palavras não aprendemos senão palavras; antes, o som e o ruído
das palavras, porque, se o que não é sinal não pode ser palavra, não sei também como possa ser palavra aquilo que ouvi pronunciado como palavra enquanto não lhe conhecer o significado. Só depois de conhecer as coisas se consegue, portanto, o conhecimento completo das palavras; ao contrário, ouvindo somente as palavras, não aprendemos nem sequer estas. (...) Ao serem proferidas palavras, é perfeitamente razoável que se diga que nós sabemos ou não sabemos o que significam; se o sabemos, não foram elas que no-lo ensinaram, apenas o recordaram; se não o sabemos, nem sequer o recordam, mas talvez nos incitem a procurá-lo.
Diante de tudo que vimos, cabe por fim mencionar, que no que tange mais especificamente ao papel do educador, a concepção educacional de Agostinho salienta a idéia de que sendo o professor, representante de Cristo, este apenas ilumina as idéias inatas do aluno. Pois como escreve o autor ainda no De Magistro:
No que diz respeito a todas as coisas que compreendemos, não consultamos a voz de quem fala, a qual soa por fora, mas a verdade que dentro de nós preside à própria mente, incitados talvez pelas palavras a consultá-la. Quem é consultado ensina verdadeiramente, e este é Cristo, que habita, como foi dito no homem interior, isto é: a virtude incomutável de Deus e a sempiterna Sabedoria, que toda alma racional consulta, mas que se revela a cada um enquanto é permitido pela sua própria boa ou má vontade.



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