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Revista Super Interessante, edição 225, abril 2006
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CIÊNCIA NAZISTA – CIÊNCIA MALIGNA

Durante um período de quinze anos, centenas das melhores mentes científicas da Alemanha nazista, que apoiavam Hitler num infernal avanço de seu regime para dominar o mundo, tiveram a seu dispor milhares de vidas humanas confinadas nos campos de concentração em diversos pontos da Europa.
As vítimas em maior número eram judeus, mas qualquer elemento considerado inútil ou contrário ao regime era segregado da sociedade pela política de purificação da raça ariana, conduzida ao extremo pela obstinação de Hitler e seus colaboradores.
Muitos foram dissecados vivos, para estudos anatômicos, expostos ao frio ou calor intenso, mergulhados em água gelada, submetidos ao vácuo e a pressão altíssimas, obrigados a beber água salgada quantas vezes fossem necessárias e enquanto vida houvesse neles, testando assim a resistência humana nas mais terríveis condições.
Outros foram fuzilados com munição envenenada, banhados com ácidos e outras substâncias, para avaliar a reação do corpo a agentes agressivos.
Pessoas tiveram partes do corpo mutiladas, retiradas, transplantadas e até costuradas a outras pessoas, muitos receberam inoculações de vírus e bactérias causadores de tuberculose, tifo, febre amarela, varíola e outras mais, assim foram transformadas em celeiros de doenças.
São estes os nomes dos campos de concentração onde tais experimentos eram realizados e o número de vítimas ali geradas: Auschwitz-Birkenau, 1,1 milhão a 1,5 milhão de mortos; Buchenwald, 56 mil mortos; Ravensbrück, mais de 90 mil mortos; Dachau, mais de 30 mil mortos; Sachsenhausen, 100 mil mortos; Natzweiller-Struthof, 25 mil mortos.
Muitos estudiosos, que não apoiaram o regime e nem tomaram parte nas pesquisas, tiveram que fugir para outros países, onde não seriam perseguidos e poderiam desenvolver seus trabalhos, nisso os EUA saíram ganhando muito ao acolher aqueles cientistas, por exemplo Einstein era judeu e estava entre aqueles que abandonaram a Alemanha, isso aconteceu em 10 de março de 1933. Um mês depois, uma lei demite em massa todos os funcionários públicos descendentes de judeus. Entretanto, ainda havia outros a iludir-se com a perspectiva de melhores dias para aquela nação e decididos a ficar em seu país criticavam muito os que tiveram a coragem de partir. Nomes famosos como Max Planck e Max Von Laue permaneceram lá, sendo que mais tarde Planck também fugiria.
A maioria dos médicos alemães tornara-se fiel ao partido nazista, aderindo a suas práticas discriminatórias no dia-a-dia, cooperando com Hitler em realizar a purificação da raça ariana, livrando-a de elementos semitas e outros considerados inúteis ou indesejados.
Os campos de concentração forneciam sob encomenda partes de prisioneiros, em especial cérebros ou cabeças inteiras de judeus e mais tarde forneceriam também cadáveres completos, usados para estudos em Universidades. Com esse recurso, o professor de medicina Julius Hallervorden colecionou 697 cérebros e na Universidade de Estrasburgo, o doutor August Hirt, podia dispor de cadáveres quando quisesse e no campo de Dachau, o médico Sigmund Rascher usava pessoas vivas para suas experiências. Joseph Mengele, em Auschwitz, foi insuperável na prática de atrocidades, matou 400 mil prisioneiros em suas pesquisas.
Não é fácil tentar entender o comportamento daqueles homens, capazes das maiores crueldades e emocionalmente frios contra suas vítimas nos campos de concentração e fora dali eram cidadãos comuns, aos quais não se poderia atribuir crime algum.
Sabemos que foi gerada uma carga enorme de informações sobre a fisiologia e reações humanas, infelizmente sob dor, sofrimento e muito sangue inocente que clama por justiça.Sabemos também que a comunidade científica atualmente está dividida entre usar ou não aquelas informações em suas pesquisas e isso indica que pode haver algum proveito benigno para aqueles dados, hoje ajudariam salvar muitas vidas!
Não existe justificativa para os sofrimentos daqueles seres humanos, tampouco tribunal algum trará de volta aquelas vidas ou apagará da memória dos sobreviventes as maldades recebidas, no entanto os algozes impiedosos foram exemplarmente castigados para que não se repitam mais tais crimes.
O respeito pelo sofrimento alheio e o bom senso devem orientar os pesquisadores de hoje, no caso de haver necessidade de usar as informações coletadas pelos nazistas quando não for possível outra fonte de dados, mas a vida e a dignidade humana venham sempre em primeiro lugar.



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