Resumo de Retórica - Onésimo Gomes

A semiótica de Charles Sanders Peirce transmite dados intrigantes, apesar de revelador. A primeira parte aqui apontada é objeto de discussões e possivelmente determinante para ocultação ao grande público, de toda obra preconizada pelo pensador. A segunda pode ser chamada de parte da revelação, do discernimento dos símbolos. Oportuniza a humanidade aprofundar o processo elucidativo do pensamento.Pode até haver falácia na abordagem de Peirce, entretanto a sua retórica abre caminho rumo a raciocínios.A leitura dos signos e sua decodificação obedece métodos semelhantes, tanto nas descobertas científicas, quanto na elaboração de uma peça de arte. Para criarmos uma poesia, pintar um quadro, elaborar uma escultura, compor uma música, escrever um livro, usamos os mesmos elementos presentes no labor científico no instante de formulações de hipóteses e comprovação por teses, criação de máquinas e equipamentos, descobertas de doenças, manipulações de fórmulas farmacêuticas, elucidações de mistérios da natureza...Roberto Figueira Santos, em seu texto "Sobre os processos de criação artística e científica" diz que a literatura do mundo ocidental registra "notáveis ensaios sobre as semelhanças e as diferenças entre os processos de criação, respectivamente, das obras de arte e das pesquisas científicas". No referido trabalho, o autor enfatiza o diálogo entre Saint-John Perse e Albert Einstein. "Ao se encontrarem, Einstein colocou perante Saint-John Perse as seguintes questões: como se realiza a atividade criadora do poeta? Como concebe ele o poema que irá produzir? Como se desdobra, em seguida, a idéia inicial?" Salienta Roberto Santos que "em resposta, o artista teria apontado o papel fundamental do inconsciente e da intuição nesse processo. Einstein retrucou, então que o mesmo se dá na criação científica! Isto é: o ponto de partida das descobertas dos cientistas nada tem de lógica e ocorre sob a forma de um clarão, uma iluminação súbita, parecida com um estado de êxtase. Depois naturalmente, a inteligência analisa e a experimentação confirma ou não o que se iniciou pelo processo da intuição."O acadêmico Roberto Santos declara: " Na assertiva de Einstein, não é diferente o que se passa na criação científica. Em muitos casos, a intuição resulta da súbita percepção de analogias com observações anteriores ou acúmulo de informações estatísticas até então despercebido."

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