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O nome mastaba foi dado a estes sepulcros em tempos modernos. A palavra é de origem árabe e significa banco. Isso porque, quando rodeadas por dunas de areia quase até a sua altura total, fazem lembrar os bancos baixos construídos na parte externa das casas egípcias atuais e nos quais os moradores sentam-se e tomam café com os amigos. Tais monumentos eram orientados, ou seja, as suas quatro faces estavam voltadas, respectivamente, para o norte, leste, sul e oeste. A partir da cobertura da mastaba um poço em ângulo reto (1) permitia descer através da construção até o subsolo rochoso. Aí era escavada a câmara funerária (2), na qual acomodava-se o sarcófago (3), que a ela descia por meio do poço. Este, após o funeral, era obstruído com pedras para preservar a integridade do sepulcro e sua entrada era disfarçada para que se confundisse com o resto do teto. Na face oriental da mastaba, nos ensina o historiador Maurice Crouzet, abria-se um primeiro compartimento, a capela (4) do culto dirigido ao defunto; exatamente acima do sarcófago, o seu mobiliário comportava, antes de tudo, a mesa para as oferendas (5), colocada ao pé de uma estela. Atrás desta estela, outro cômodo penetrava na mastaba: era o "corredor" (serdab em árabe) (6), onde eram colocadas as estátuas do morto (7). A estela marcava, então, o limite de dois mundos, o dos vivos e o dos mortos; não se comunicavam entre si, salvo por uma estreita fenda da altura de um homem. A estela era esculpida, de maneira que desse a impressão de uma porta — donde o seu nome de estela falsa-porta — e, por vezes, na sua moldura, destacava-se uma estátua: era o morto, que voltava para o meio dos vivos. Ou, então, havia uma trapeira, que se abria por cima das folhas da porta e por onde despontava um busto: por ela estava o morto espiando o visitante. Sepultura, depósito de estátuas, capela: — prossegue o autor — eis as três partes essenciais constitutivas de um túmulo. As mastabas dos ricos tornavam-se mais complexas pela existência de compartimentos anexos, mais ou menos numerosos. A complicação era ainda maior, naturalmente, nas tumbas dos reis. As capelas, nas quais os parentes dos mortos depositavam suas oferendas, tinham sempre paredes revestidas de baixos-relevos e pintadas com cenas da vida cotidiana e dos ritos funerários. Ora o defunto aparecia sentado à mesa saboreando as oferendas, como nessa cena da mastaba de Hezyre, chefe dos escribas reais na III dinastia; ora lá estava ele com sua mulher, os filhos, os criados, o boi, o burro e todos os seus outros bens. As crenças funerárias faziam supor que tais cenas lhe permitiriam usufruir após a morte tudo o que tinha possuído em vida. Não faltavam também inscrições com fórmulas religiosas e mágicas que auxiliariam o defunto em sua longa viagem até o mundo dos mortos. Tudo isso são para nós importantes fontes de conhecimento dos hábitos dos antigos egípcios. Em determinadas épocas tais capelas, muitas vezes de grandes dimensões, passaram a ser construídas em pedra. No serdab, compartimento quase sempre muito simples que não se comunicava com o exterior, eram colocadas não apenas estátuas do morto, mas também de seus familiares, confeccionadas em madeira pintada, em pedra calcária e, mais raramente, em granito. Também aí se colocavam, às vezes, os objetos necessários à existência material do ka. A região de Saqqara é a que apresenta a maior concentração de mastabas, construídas principalmente no decorrer das terceira, quinta e sexta dinastias, mas algumas também podem ser encontradas em Dahshur e outras em Gizé. Nesta última localidade os faraós da IV dinastia mandaram construir grandes mastabas ao redor de suas pirâmides (foto ao lado), destinadas aos oficiais de sua confiança, geralmente seus parentes próximos.



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