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Café Celestial
(Stuart Murdoch (Belle and Sebastian))

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O Café Celestial [Stuart Murdoch, componente do Belle and Sebastian, 17/10/2001]
Trad: Lúcio Jr.

Quando eu era criança eu não podia esperar para crescer, ter um carro, e talvez arrumar um trabalho como piloto de jato, talvez.
Agora estou velho, e eu iria largar disso tudo num segundo. Agora estou velho, com consciência política. Demoro quase uma hora para sair de casa! Quando eu era mais novo eu saía em segundos, mal preparado, mas com uma disposição para resolver qualquer eventualidade.
Piloto de jato, que piada. Meu medo natural de voar mais o pânico, mais turbulência no trabalho, tudo conspira para fazer qualquer aterrissagem leve gerar pânico.
Eu preciso fazer um vôo em breve, e estou preocupado. Gostaria de mudar a fuselagem do Jumbo e poder levar esse café! Gostaria de passar as doze horas aqui. Eu ficaria aqui dando recitais grátis, amando as pensionistas, falando de questões menores sobre imposto. Iria fazer chuva ou fazer sol. Iria ver as mudanças das garotas. Ficaria descobrindo detalhes de seus pensamentos privados. A partir de seus gestos e desejos, iria descobrir seus segredos simplesmente perguntando, e confusão viraria inteligência.
Elas saberiam meu segredo, e me trariam lanches em bandejas junto ao grupo atualmente no avião. Bem servido, poderia esquecer os demais aspectos do vôo.
“Mas você vai gostar de estar no avião”, a moça que atende no aeroporto poderia dizer.
“Então vá, querida, ao invés de mim”.
“Sua viagem ao Brasil será fabulosa!”
“Sei que vai, o problema é o espaço aéreo entre nós”.
Eu amo o Brasil. Nunca estive lá, mas qualquer país mais aberto que o meu próprio me abre como um banho de sol. Eu sou eu, abraço sua cultura e religião. Neste caso, Catolicismo faz sentido. Se a vida fosse assim fácil e gratuita todo o tempo, começaria a me sentir culpado.
Eu não tentaria tomar o meu vôo com o café num feriado da escola. Rápido, criança. Esta é a minha livraria. Sua juventude está assombrando o ambiente. Ela o está jogando através das janelas.
Deus, o que posso arrumar neste lugar, enquanto o resto do grupo estiver sobre o Atlântico. O modo como me sinto neste lugar não cabe nessa pequena palavra chamada amor, Woody Allen disse certa vez. Preciso desse lugar para sobreviver fisicamente. E agora o lugar será vendido. Mentalmente adiciono isto a uma lista de coisas que tentam acabar comigo. Tenho uma imagem mental dos terroristas seqüestrando o café como fizeram com o avião. Subindo nas mesas. Mas quando estes barbudos estraga-prazeres davam seus tiros, ao invés de balas eles ficavam desapontados ao ver que estavam atirando flores! Eles riam da própria desgraça! A atendente lhes diria adeus, acenando com as flores. “É tão bom, nunca ninguém me deu flores!”
Nada mal pode acontecer neste lugar. Eu o adoro. Quando ele se for eu vou fazer uma reflexão de bolso e vou ver se pega. Consistindo de avisos de doce e pequenos bolinhos com café etiquetados, vou espalhar isso por aí. Eles vão estar no clima certo para me receber. E minhas poucas e cuidadosas palavras vão ser eficazes como a atendente empilhando seus copos.
Certo. Resumindo. Estou num café celestial. Estou gastando tempo aqui num avião. Quando o avião aterrisar, estarei caído na entrada da cozinha para encontrar a escada do avião onde as companhias de avião magicamente me esperarão.
Eu não temo o terror afinal. Alguém no assento ao lado vai me dar algum lugar onde focalizar minha ansiedade. Gostaria de fazer algo físico para ajudar. Jesus disse que, se alguém te bater numa face, você deve oferecer a outra. Tomarei seriamente tudo aquilo que ele disse ou supomos ter dito. Mas não sou muito cristão, E o Islã era primeiramente adorável e bom. Mas estou confuso porque alguns acham que devem matar para defender os princípios do Islã. Então, novamente, existiam os Cruzados. O que eles pensavam estar fazendo? Eles não esperavam para ter a face batida. Eles eram os que estavam batendo. Não há como se espantar de que as pessoas estivessem batendo de volta.
Preciso ir, suponho. Vou para um funeral. Eu canto num coral, e um amigo que cantava comigo morreu subitamente outro dia. E nós vamos cantar algo clássico e que seja conveniente. Mas Ewan adorava blues! E ele adorava New Order! Eu queria nós fóssemos cantar “Blue Monday”, sem acompanhamento, ou em partes, ou “True Faith”. Nós faríamos um trabalho decente. “Temptation” provavelmente me faria chorar, como faria “Ceremony”. Ewan não pôde vir aos nossos últimos ensaios, porque estava com problemas de saúde. Eu queria cantar alguma coisa para ele agora.



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