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Entrevista de Gore Vidal
(José Pedro Antunes)

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kulturSPIEGEL: Mr. Vidal, o senhor alertou muitas vezes para o fato de os Estados Unidos estarem desempenhando o papel de polícia mundial e de que esta política não poderia ficar sem terríveis conseqüências. Sente-se justificado em suas razões? Vidal: Sim, e não me alegre nem um pouco com isso. A gente prediz alguma coisa para evitá-la. Sempre fui da opinião de que a ingerência na política interna de outros países, esta duradoura e mais ou menos secreta instalação ou deposição de governos, vai se voltar contra nós. Há um ano, fiz um discurso no Capitólio. Mirei para fora da janela e disse: Felizmente, não hei de vivenciar coisas assim, mas tenho certeza de que alguns de vocês haverão de ver o Pentágono em ruínas. Eu não tinha a mínima idéia de que isso aconteceria em tão pouco tempo. kulturSPIEGEL: Para o praticante do atentado de Oklahoma, o senhor concedeu “senso de justiça”. Para os terroristas de agora, o senhor teria também alguma compreensão? Vidal: McVeigh foi educado na mesma tradição americana em que eu fui educado, e todos os outros também: O governo não é nosso dono. E ele não tem a permissão para atacar o próprio povo, menos ainda com o uso de meios militares. Mas exatamente isso aconteceu em 1993 em Waco, onde havia se imolado a Seita dos Davidianos. Naturalmente, eu nunca faria o que McVeigh fez, mas eu entendo seus motivos. Não conheço nenhum árabe, mas posso imaginar que o embargo ao Iraque ou o apoio à dura política israelense contra os palestinos deva ter deixado algumas pessoas bastante iradas. kulturSPIEGEL: Nas manchetes de capa dos jornais americanos, se lê que, com as duas torres do World Trade Center, a liberdade também teria sido arrasada. Acha isso razoável? Vidal: Sim, mas diferentemente do que os autores, como é de se supor, pensavam. Acredito que, em conseqüência da crise atual, os direitos básicos dos cidadãos americanos serão restritos, e que caminhamos para um Estado policial. Foi Bill Clinton quem deu a partida, com seu programa antiterror, instalado depois do atentado de Oklahoma em 1995. E agora o Congresso conferiu ao Presidente George W. Bush uma lista inteira de atribuições de poder. Uma única deputada votou contra – com o argumento de que Bush já teria poder suficiente em suas mãos. kulturSPIEGEL: Quais restrições das liberdades individuais o senhor receia? Vidal: Todo aquele que queira adentrar um avião será tratado como um criminoso: despido, revistado. De resto, espero intervenções na vida privada, e isso, aliás, de forma claramente mais enérgica do que elas de qualquer forma já têm acontecido. O governo vai nos observar, a todos, de forma muito mais aguda.



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