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CRIME E CASTIGO
Enganam-se aqueles que pensarem que não serão castigados pelos crimes que praticarem. Todo o mal que praticar recairá sobre quem o pratica, embora possa atingir também outras pessoas. Para se alcançar esta compreensão, é preciso saber: 1 - O homem total é formado por dois componentes básicos: MATÉRIA E ESPÍRITO, os quais agem e interagem, beneficiando-se mutuamente. 2 - A Matéria foi criada indiretamente por Deus e é o veículo de expressão do Espírito, mas também constitui um fator impeditivo da plena atuação deste. 3 - O Espírito foi criado diretamente por Deus, constituindo o elo de ligação com o Criador e tem, dentre outras, a incumbência de conduzir o processo evolutivo do homem. 4 - Ao atingir determinado nível de evolução, a Matéria propicia condições para o Espírito atuar mais completamente. 5 - Por Matéria humana devemos compreender tudo que for passível de ser modificado pela ação do homem. 6 - As ações maléficas que o homem praticar marcam seu Espírito e estas marcas vão determinar o que lhe acontecerá depois da morte do corpo. Assim, o assassino vai imprimir em seu Espírito as marcas do homicídio; o suicida as marcas do suicídio; o ladrão, do roubo; o traiçoeiro, da traição e daí por diante. 7 - Assim como a fala produz ondas sonoras que se propagam e são captadas por outras pessoas, estabelecendo entre o falante e o ouvinte uma relação que tanto pode ser de atração como de repulsão; o pensamento também produz ondas que se propagam e são captadas pelos Espíritos, estabelecendo entre quem pensa e o Espírito uma relação que tanto pode ser de atração como de repulsão, dependendo da afinidade ou falta dela entre o pensamento e o Espírito. 8 - Os Espíritos agem na vida de todos nós, quer saibamos disso ou não, e sua ação pode ser benéfica ou maléfica. Isto vai ser determinado pelas ações que praticarmos e os pensamentos que produzirmos. Esta realidade torna fácil compreender que quem produz pensamentos homicidas, vai atrair Espíritos propensos ao homicídio; pensamentos suicidas, Espíritos propensos ao suicídio; de ladrão, ao roubo; de traição, propensos a trair e assim por diante. Por outro lado, quem conduzir suas ações pelos caminhos do bem, da verdade, da justiça e do amor ao próximo e, por isso mesmo, produzir pensamentosde bondade, atrairá Espíritos bondosos; de caridade, caridosos; de amor, amorosos; de justiça, justiceiros; de verdade, verdadeiros; de santidade, santificados e vai por aí afora. O item 6 informa que as ações maléficas que praticarmos vão marcar nosso Espírito, o qual terá de passar por uma fase de sofrimento, após a morte do corpo, que será tão mais sofrida e longa, quanto mais graves tenham sido as ações maléficas praticadas. Este fato, embora possa ser interpretado superficialmente como CASTIGO, na verdade não passa de uma conseqüência natural das ações praticadas e, por isso mesmo, o suposto “CASTIGO” é inevitável: – todos que errarem terão de pagar pelos seus erros e na justa medida da gravidade dos mesmos, não existindo a possibilidade de PERDÃO. NOTA 1 – Para entendermos completamente o nosso componente material, teremos de nos reportar à sua origem, isto remete ao plano relativo da existência, o plano em que tudo é o resultado de múltiplas combinações com outros elementos, formando um todo. Percebemos que uns são diferentes dos outros porque os comparamos (relacionamos) com outros. Assim, indo além dos elementos materiais, nos deparamos com os componentes mais sutis da matéria, os quais, apesar de serem muito sutis, podem ser modificados pela ação do homem. Todos concordam que qualquer pessoa pode modificar, em si mesmo e nos outros, a disposição para sorrir, chorar, odiar, amar, perdoar; o sentir piedade, compaixão, ciúmes, inveja, cobiça, raiva; o ter desejos, vontade, etc., assim como a faculdade de pensar, memorizar e até a parte de natureza material da consciência. Este fato, ou seja, a possibilidade de se modificar estes componentes da existência humana, faz com que eles pertençam ao plano relativo e, por isso mesmo, devem ser entendidos como de natureza material. NOTA 2 – O Espírito pertence ao plano absoluto da existência, não sendo passível de ser modificado pela ação humana, nem compreendido pelo homem, o qual, não tendo como compreendê-lo, também não tem como explicá-lo a outros homens, carecendo de legitimidade qualquer adjetivação que lhe atribua. A influência dos Espíritos maléficos pode nos fazer viver em conflito interior, o que produz grande sofrimento pela angústia da incerteza, da desarmonia no convívio com outras pessoas, da insuportável solidão, etc. Este mal estar consigo mesmo, algumas vezes, faz surgir doenças pelo corpo de difícil diagnóstico médico e, por conseguinte, de difícil cura, o que acaba se constituindo num natural “CASTIGO”. Cabe a indagação: não será perigoso divulgar esta verdade, pelo fato de que alguém voltado a práticas maléficas poderá ter nesta abordagem uma motivação a mais para solicitar a ajuda de Espíritos com propensão para o mal? Quem estiver voltado a práticas maléficas, inevitavelmente atrai Espíritos voltados para o mal, cujas conseqüências mais danosas recaem sobre si mesmo e, portanto, não vai fazer diferença saber como se processa o fenômeno. Por outro lado, o saber que vai pagar pelo mal que fizer, pode levar quem assim procede a mudar de comportamento e se decidir por práticas benéficas, livrando-se do “CASTIGO”.

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