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Pedofilia e Homossexualismo na Igreja Católica
(Revista Veja)

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No texto PEDOFILIA E HOMOSSEXUALISMO NA IGREJA CATÓLICA, publiquei uma pequena parte do texto da revista Veja de 24 de abril/2002. Como muitos leitores podem não ter tido acesso à matéria completa, estou publicando aqui o restante.

“O que é preciso fazer para evitar que sacerdotes se aproveitem da autoridade conferida pela batina para tirar terrível proveito da vulnerabilidade de meninos e adolescentes? Devido à fragilidade física do papa, este não é o melhor momento para a Igreja lidar com decisões dessa magnitude. Nem está certo que ele participará da reunião com os cardeais ou se delegará a tarefa a seu braço direito, o cardeal alemão Joseph Ratzinger, que tem atuado no lugar do papa em vários assuntos para poupar o superior. O papa, que está com a resistência física no limite e já não esconde em público as dores que o perseguem, é muito criticado por não ter respondido mais cedo às denúncias de desvios sexuais entre o clero. Parece que ele só tomou conhecimento de todas as implicações há duas semanas, durante conversa com dois representantes da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos. É difícil saber se João Paulo II quer ouvir o que os cardeais têm a dizer sobre os escândalos ou se ele deseja explicar como eles devem lidar com o assunto – talvez ambas as coisas. Na cúpula da Igreja há quem ache importante que também seja discutida a realidade do homossexualismo no sacerdócio. "A maioria dos casos de abuso sexual envolve padres com rapazes crescidos, adolescentes", diz o padre Richard John Neuhaus, editor do First Things, jornal católico americano. "Em linguagem comum, isso é chamado de homossexualismo."

Que os cardeais tenham sido chamados ao Vaticano em caráter de urgência para discutir pedofilia no sacerdócio é um dramático sinal de como as coisas andam ruins. Na última convocação do gênero, há uma década, o assunto mais palpitante era como lidar com o casamento de divorciados. Estarão na reunião onze cardeais americanos – oito deles atuam nos Estados Unidos e três têm cargos em Roma. O homem sob holofotes é Bernard Law, cardeal de Boston. Ele já foi o favorito do papa entre os prelados americanos. Hoje é o símbolo do que há de errado com eles. Em janeiro, quando um certo padre John Geoghan foi levado a julgamento, tornou-se público que o cardeal de Boston o tinha transferido de uma paróquia para outra, sempre que ele se envolvia em novo caso de pedofilia. Geoghan, acusado de estuprar mais de 130 crianças em trinta anos, foi sentenciado a dez anos de cadeia pelo crime de ter abusado de um menino de 10 anos. Ele ainda responde a processo por "assalto indecente" e agressão a outro garoto, em 1990. O cardeal Law teve de admitir que a arquidiocese havia torrado 10 milhões de dólares em acordos extrajudiciais com outras vítimas de Geoghan. Para aplacar o clamor público, Law entregou uma lista de setenta padres de sua diocese acusados nos últimos quarenta anos de abusos sexuais contra meninos. Foi quando o país acordou para o drama da pedofilia na sacristia, gerando uma onda de indignação que ameaça tragar a Igreja Católica nos Estados Unidos.

Para os católicos, tão chocante quanto o abuso sexual em si foi a conivência escandalosa da alta hierarquia da Igreja com os padres flagrados. Há várias explicações para o fato de a cúpula católica proteger os sacerdotes nessa situação, nenhuma delas convincente para a opinião pública. Do ponto de vista doutrinário, a Igreja vê as ofensas sexuais como um pecado que precisa ser confessado, e não um crime a ser comunicado à polícia. "O cristianismo acredita que as pessoas podem redimir-se e ser perdoadas", diz o inglês David Thompson, professor de história da igreja moderna na Universidade de Cambridge, na Inglaterra. O descompasso com o mundo externo decorre do fato de que a sociedade não quer perdão, e sim justiça. Entende que a condenação dos criminosos é, além de justa, uma forma de proteger as crianças de novos ataques, dos acusados ou de outros que ainda estão nas sombras. Nas sacristias, impera o corporativismo. "Pedir a uma família que denuncie um filho que usa drogas é pedir muito. Da mesma forma, a Igreja primeiro vai tentar encaminhá-lo para tratamento psicológico", diz dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo de Blumenau e responsável pelo setor de vocações e ministérios da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. O clero americano acostumou-se aos acordos sigilosos, com pagamento de indenizações, em lugar de simplesmente entregar o pedófilo à polícia.



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