A proposta inicial do autor, tendo em vista sua experiência de 25 anos atuando como arquivista, e mais recentemente, como professor da Faculdad de Ciencias de la Documentación, na Universidad de Murcia, é de observar acerca dos elementos ativamente relacionados com a Arquivística, incluindo conceitos e partindo dos mais variados pontos de vista, para aí sim, delimitar uma unidade de conceito.Como técnica introdutória, Ruiz utiliza estórias pessoalmente vividas ou à ele relatadas e desta forma conduz o leitor, de forma agradável, a uma questão levantada por ele: o desconhecimento que todos (leia-se pessoas de todos os segmentos) temos em relação ao arquivista, arquivos e seus elementos.A partir disso, somos levados à pensar sobre a importância e a magnitude que esse campo abrange assim como a sua importância para a manutenção da sociedade comtemporânea.Ruiz observa para os diferentes tipos de documentos de arquivos e o conceitua como “producto de la actividad humana(...)”, o que em síntese é realmente verdade, o documento de fato é uma extensão do sua relação homem x sociedade, dentre outras coisas.Um documento único, que não temos a procedência, segundo o autor, é o objeto de estudo da Arquivística como ciência e ele aproveita esse gancho para promovê-la como tal, diferenciando-se das demais ciências.Na sua definição própria de documento de “arquivo”, ele observa a relação deles com a entidade geradora e o subdivide em “caracteres externos”, registro que abrange várias linguagens e suportes esse geralmente se encontra em um único exemplar; “caracteres internos”, documento formal (jurídico ou administrativo) e interdependente de outros; “Relación com la entidad productora”, no qual é armazenado basicamente no intuito de servir no futuro como prova.O autor faz um introdução histórica para que possamos observar a importância dos documentos escritos ao longo dos anos e enfoca quanto às Leis e os documentos como garantia de combate aos falsificadores. É notada a atuação do documento com fins peculiares nas Ciências e na manutenção do Estado, é tratado como prova verídica. Com as novas tecnologias dos suporte documentais, tornou-se cada vez mais difícil de comprovar a autenticidade de um documento. Ruiz chama a atenção em afirmar que o documento arquivístico é único e não é repetido. Uma faceta que é observada ao documento é a consulta como fonte informativa, partindo de atributos como autêntico e imparcial.A tendência do autor em defender a Arquivística como Ciência e o defende como organismo, resultado de uma produção anterior. A relação entre os atores: documento e entidade geradora é observado como intimamente ligadas, mutuamente dependentes.Agora conceituando arquivo, Ruiz, utiliza a mesma técnica: reúne conceitos de terceiros para no desfecho, elaborar um parecer pessoal. Nesse último, ele os subdivide em “Institucionales”, e dentro desse os seus elementos.O autor finaliza conceituando arquivística, explicando seus objetivos e sua prática como ciência cercando de todas possibilidades pertinentes na explicação dela com uma série de objetivos bem claros. Por tudo isso, somos inevitavelmente levados à observar que os arquivos são um rico objeto de estudo e que pela complexidade e técnica peculiar, dentre outros indícios que os cercam, somos levados à respeitar e conceituar a Arquivística como Ciência.
(Crítica por Clériston Ribeiro Ramos*)
*E-mail:
[email protected]