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Jango Goulart
(Lúcio Jr)

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Em 6 de dezembro, há trinta anos, morria João Belchior Marques Goulart, presidente constitucional do Brasil deposto pelo golpe militar de 1964. O mais cruel e sanguinário período de violência e terror travestido do pomposo titulo de revolução. Há léguas de distância entre o ex-presidente, que morreu no exílio, e qualquer um dos presidentes brasileiros de lá para cá, seja no período da ditadura, seja agora, na dita democracia. A ditadura e sua odiosa política de terror permitiu que o corpo de Jango viesse em carro fechado ao Brasil. O ex-presidente foi sepultado em São Borja, sua terra natal. Há um detalhe curioso sobre a morte de três ex-presidentes brasileiros: Getúlio Vargas, João Goulart e Juscelino Kubitschek. Em todos os enterros o ex-presidente Tancredo Neves compareceu e ajudou a carregar os esquifes. Eleito presidente, Tancredo morreu sem tomar posse e foi carregado pelas esperanças populares de São Paulo a Brasília, de Brasília a Belo Horizonte, depois e por fim, a São João Del Rei onde foi sepultado. No feriadão do dia 15 de novembro, Aécio Neves, seu neto e governador reeleito de Minas, estava bêbado de cair em Parati, no Estado do Rio. Foi alvo de comentários jocosos de muitos dos que ali estavam. João Goulart era um político sério e integro. Nunca um marxista. Um reformista de porte. A expressão reformas de base surgiu em seu governo. Constituiu ministérios com figuras notáveis como Celso Furtado, Josué de Castro, Darcy Ribeiro, Ulisses Guimarães, Sant Thiago Dantas, Evandro Lins e Silva, Hermes Lima e outras figuras exponenciais. Caiu por conta do estranho "nacionalismo" e da estranha vocação "democrática" dos militares brasileiros. No melhor estilo república de bananas. O presidente pretendeu fazer a reforma agrária, estabelecer regras para as remessas de lucros, estatizou todo o processo do petróleo, da extração à distribuição e começou a criar mecanismos de ampla participação popular. Um deles, a distribuição de canais de rádio e tevês a sindicatos e entidades do movimento popular. Contrariou interesses dos grupos que ainda hoje controlam o Brasil. O nacionalismo da ditadura construiu a maior dívida externa de todos os tempos, encheu as prisões e porões sob a égide da tortura e dos assassinatos institucionalizados e defendia a democracia contra o comunismo. O caráter de Jango pode ser medido numa pequena história. Lacerda e JK constituíram a Frente Ampla, em 1968 e foram atrás de Jango, exilado em Montevidéu, Uruguai, para lançarem o documento que preconizava a volta da democracia real. Lacerda temia o encontro, pois fora o maior crítico de Jango. Em Montevidéu, na casa do ex-presidente, foi direto: presidente, espero que o senhor me compreenda. E Jango: eu o compreendo e não lhe guardo mágoas, o senhor sempre foi meu adversário. Mágoa guardo-as do governador Magalhães Pinto, que disse estar comigo até a última hora e traiu a democracia brasileira com sua sede de poder. Talâmico Gomes, ex-deputado e amigo de Jango, conhecem a história de trás para frente, estava lá. Jango, mal gradas as condições em que tomou posse, num parlamentarismo que Tancredo chamou de híbrido, e depois no presidencialismo definido pelo plebiscito de janeiro de 1963, o fato de ter assumido o governo pela renúncia do presidente bêbado, Jânio Quadros e governado de sete de setembro de 1961 a 1º de abril de 1964, foi o último grande presidente brasileiro. De lá para cá, nesse negócio, o país vai ladeira abaixo.



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