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A TRAJETÓRIA DA PAZ
(DORA OLIVEIRA)

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A TRAJETÓRIA DA PAZ A pomba branca sobrevoa Jerusalém, a terra sagrada para os judeus, muçulmanos e cristãos. Aquele lugar abençoado deve ser o templo da paz. Escuta os estrondos de mais um ataque do exército israelense. Vê a destruição e a morte dos homens-bombas palestinos. Homens se matam em nome de um Deus, que juram amar. Onde há guerra, a pomba não pode pousar. Foge. Voa para a África do Sul, onde negros e brancos enfrentam-se, como feras irracionais. Na pátria do preconceito, a pomba não pode morar. Vai para o Afeganistão. Assiste a outro ataque, agora, do exército americano. O clarão dos mísseis e o estrondo dos canhões são de apavorar. No céu, as nuvens de fumaça, no mar, a agonia dos peixes e aves. Nas montanhas geladas, civis morrem famintos e acuados. O triste e destruído Oriente, é ambiente hostil à permanência da pomba, que se sente sozinha e abandonada. Não encontrando aconchego, vai embora. A pomba branca segue sua trajetória, na rota da esperança. Chega ao Brasil, país tropical, povo pacífico e alegre. Sobrevoa as cidades ensolaradas. Decide pousar na escadaria de uma igreja e apreciar os fiéis saudáveis e bem vestidos, que chegam para a missa. Quem sabe ali, poderá ser o seu lar? Desiste. Lá embaixo, há mendigos, também. Há crianças esfomeadas de mãos estendidas. Eles poderão devorá-la, vorazmente. Onde as desigualdades são mais fortes, do que qualquer oração, a pomba não pode entrar. A pomba branca voa... Voa... Avista uma praça. Quem sabe, poderá viver naquela frondosa árvore? Não, logo percebe que é perigoso. Ali perto, assaltantes trocam tiros com a polícia. Uma bala perdida poderá atingi-la mortalmente. Ali, jamais será seu habitat. Afasta-se, sentindo saudades dos seus tempos de rainha, antes de ser destronada pela violência. E a pomba branca vai seguindo, sempre na rota da esperança. Pousa na janela de um suntuoso arranha-céu. Sente-se bem, pensa ter encontrado a sua querença. Lá dentro, homens trajando sombrios ternos projetam, decretam e decidem. Em suas mãos, o futuro dos trabalhadores, o futuro da nação. Escuta atentamente. São sórdidos planos. No palácio da ambição e da injustiça, a pomba não poderá sobreviver. Bate as asas e alça vôo. Sente-se cansada e cada vez, mais solitária, a pomba branca. Entretanto, persiste em sua trajetória. Sobrevoa um conjunto habitacional popular. Entra em uma das casas e pousa num cantinho. Deve ser bom morar ali. A mulher prepara o jantar, enquanto o bebê dorme serenamente no carrinho. O marido chega do trabalho e joga a marmita sobre a mesa. A mulher queixa-se da despensa vazia. O marido alega falta de dinheiro e atraso do salário. O casal discute e o marido sai, batendo a porta. Nervosa, a mulher grita com o bebê, que chora assustado. No lar da discórdia e da privação, a pomba não pode viver. Novamente, na rota da esperança, a pomba branca prossegue em sua trajetória. Triste, triste... E sempre persistente. Voa... Voa... Para onde? Senhor do seu destino, o homem escreve sua própria história, portanto, ele tem a paz que merece. No momento em que se conscientizar de sua missão como arauto da paz e compreender, que ela é um fim a atingir, uma meta a alcançar, a humanidade terá dado um grande passo para tornar a terra, um reino habitável e perene para a PAZ.



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