O Hino a Aton
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O Hino a Aton Um dos mais belos textos egípcios, o Hino a Aton, é dessa época. O Sol sempre esteve presente na vida da antiga civilização egípcia, e muito deuses possuíam algum aspecto solar: Aton era o deus que representava o disco solar no firmamento. Embora já existissem representações suas no Antigo Império, foi no Novo Império, durante a época amarniana, que ganhou maior importância. No sexto ano do seu reinado, o faraó Akhenaton instituiu o culto único a Aton, fechou todos os templos e proibiu o culto aos outros deuses. Akhenaton declarou-se seu único sacerdote e profeta, escrevendo um hino no qual proclamava a grandeza do Sol como criador de todas as coisas, e a igualdade entre todos os homens. A semelhança desse hino com o Salmo 104 do Livro dos Mortos, do Antigo Testamento, faz pensar que ambas as religiões compartilharam as suas idéias em um momento sincrético. O Hino a Aton foi encontrado escrito nas paredes de vários túmulos de funcionários de Akhenaton, na nova capital fundada pelo faraó na atual Tell el-Amarna. A cópia mais completa foi descoberta no túmulo de Ay, funcionário de Akhenaton e sucessor de Tutankhamon como rei. Assim como o disco solar, o templo dedicado a Aton era aberto, com um grande pátio onde recebia os raios solares. A construção do templo foi inovadora, pois utilizaram-se os talatat, blocos de pedra que podiam ser transportados por um homem sozinho. Este fato facilitou o transporte e acelerou o processo de construção. O Faraó Revolucionário O reinado de Akhenaton (1364 - 1347 a.C.) provocou uma mudança na concepção do mundo egípcio. Apesar de breve, foi produtivo, tanto do ponto de vista artístico como literário. O HINO A ATON Apareces cheio de beleza no horizonte do céu,/ disco vivo que iniciaste a vida. Enquanto te levantaste no horizonte oriental,/ encheste cada país da tua perfeição. És formoso, grande, brilhante, alto em cima do teu universo. Teus raios alcançam os países até ao extermo de tudo o que criaste. Porque és Sol, conquistaste-os até aos seus extremos,/ atando-os para teu filho amado. Por longe que estejas, teus raios tocam a terra. Estás diante dos nossos olhos, mas o teu caminho continua a ser-nos desconhecido./ Quando te pões, no horizonte ocidental,/ o universo fica submerso nas trevas, como morto./ Os homens dormem nos quartos, com a cabeça envolta,/ nenhum deles podendo ver seu írmão... Mas na aurora, enquanto te levantas sobre o horizonte,/ e brilhas, disco solar, ao longo da tua jornada,/ rompes as trevas emitindo teus raios.../ Se te levantas, vive-se; se te pões, morre-se./ Tu és a duração da própria vida; vive-se de ti./ Os olhos contemplam, sem cessar, tua perfeição, até o acaso;/ todo o trabalho pára quanto te pões no Ocidente./ Enquanto te levantas, fazes crescer todas as coisas para o rei,/ e a pressa apodera-se de todos/ desde que organizaste o universo,/ e fizeste com que surgisse/ para teu filho, saído da tua pessoa,/ o rei do Alto e do Baixo Egito, que vive de verdade,/ o Senhor do Duplo País, Neferkheperuré Uaenré,/ filho de Rá, que vive de verdade, Senhor das coroas, Akhenaton./ Que seja grande a duração de sua vida!/ e à sua grande esposa que o ama,/ a dama do Duplo País, Neferneferuaton Nefertiti,/ que lhe seja dado viver e rejuvenescer para sempre,/ eternamente.
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