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Revista Veja - Setembro/2004
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SÍNDROME DE MÜNCHAUSEN – MENTIRA QUE DESTRÓI - Revista Veja – Setembro/2004 Texto de Gabriela Carelli - www.msd.brazil.comResumo de Sonia Mattos Recentemente li um artigo na Revista Veja sobre o caso de uma moça – Julie Gregory – americana de 35 anos, que passou praticamente toda a infância e adolescência peregrinando em consultórios e hospitais, com histórias de doenças, as mais diversas possíveis que, depois de investigadas através de exames, levavam sempre ao mesmo diagnóstico: não havia nada de errado com sua saúde. Mais tarde descobriu-se que suas doenças eram inventadas e provocadas por sua própria mãe. Mais recentemente ainda, um episódio do seriado House, da televisão americana, chamou-me novamente a atenção, ao abordar o mesmo assunto: a Síndrome de Münchausen.A síndrome de Münchausen, também denominada simulação, é uma doença psiquiátrica em que o paciente, de forma compulsiva, deliberada e contínua, causa, provoca ou simula sintomas de doenças, sem que haja uma vantagem óbvia para tal atitude que não seja a de obter cuidados médicos, de enfermagem, da família e dos amigos. Não é um distúrbio somatoforme, mas as suas características são algo similares aos dos distúrbios psiquiátricos sob a aparência de uma doença orgânica. A diferença fundamental é que os indivíduos com a Síndrome de Münchausen simulam conscientemente os sintomas de uma doença. Eles inventam repetidamente doenças e freqüentemente vão de hospital em hospital em busca de tratamento. O comportamento é considerado como compulsivo, no sentido de que a pessoa é incapaz de abster-se dele mesmo quando conhecedora ou advertida de seus riscos e a doença é considerada uma grave perturbação da personalidade, de tratamento difícil e prognóstico reservado.Apesar de compulsivos os atos são voluntários, conscientes, intencionais e premeditados. Contudo, a Síndrome de Münchausen é mais complexa que a simples e desonesta invenção e simulação de sintomas. Ela está associada a problemas emocionais graves. Os indivíduos com esse distúrbio geralmente são inteligentes e cheios de recursos. Não somente sabem como simular doenças, mas também possuem um conhecimento sofisticado das práticas médicas. São capazes de manipular seus cuidados para serem hospitalizados e submetidos a uma enorme quantidade de exames e tratamentos, incluindo cirurgias de grande porte. Suas fraudes são conscientes, mas a sua motivação e busca por atenção são em grande parte inconscientes. Uma variante curiosa da síndrome é denominada Münchausen por substituto. Nesse distúrbio, uma criança é utilizada como paciente passivo, geralmente por um dos genitores. O genitor falsifica a história médica da criança e pode causar-lhe danos com medicamentos ou adicionando sangue ou contaminantes bacterianos em amostras de urina, orientando todo o seu esforço para simular uma doença. A motivação subjacente a esse comportamento tão estranho parece ser uma necessidade patológica de atenção e de manter uma relação intensa com a criança.A síndrome se apresenta sob duas formas. Numa delas, a mais simples, a pessoa simula doença em si mesma. Na outra, mais grave e agressiva, tenta reproduzir doenças nos próprios filhos. Embora descoberta vinte anos antes pelo Psiquiatra Richard Asher, a Síndrome de Münchausen foi reconhecida como doença psiquiátrica somente em 1977.Intrigados com doenças inexplicáveis que acometiam várias crianças aparentemente saudáveis, pesquisadores resolveram investigar a vida familiar de cada uma delas. Descobriram casos de mães que injetavam nos filhos seus próprios fluidos corporais – urina e sangue. Outras sufocavam as crianças para que seu estado piorasse, ou dava-lhes doces envenenados com pesticidas, ou ainda ministravam-lhes remédios fortes sem necessidade.Julie Gregory, formada em Psiquiatria pela Universidade de Sheffild, na Inglaterra, foi a primeira a tornar públicos os maus-tratos que recebera de sua mãe.Em seu livro Eu Não Sou Doente, conta que percorreu todos os hospitais onde foi internada e coletou mais de 200 páginas de relatórios médicos. A maioria atestava que ela era normal. Quando os médicos não achavam nada de errado com ela, sua mãe, assim como um sem número de outras mães ou pais de crianças maltratadas costumam fazê-lo, ficava furiosa e trocava rapidamente de hospitais e de cuidadores.A doença pode ser considerada uma forma de abuso infantil e pode haver superposição com outras formas de abuso infantil. À medida que a criança se torna maior há uma tendência de que ela passe a participar da fraude e a partir da adolescência se tornarem portadores da síndrome de Münchausen clássica típica em que os sintomas são inventados, simulados ou produzidos nela mesma. O problema é pouco conhecido pelos médicos e sua abordagem é complexa e deve envolver o médico e enfermagem, especialistas na doença simulada, psiquiatras/psicólogos, assistentes sociais e, mais tarde, dependendo da gravidade do caso, o advogado e diretor clínico do hospital e profissionais de proteção da criança agredida (Conselhos Tutelares e juízes da infância).



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