Diário Gaúcho
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Windows Vista por R$ 10Executivo da Microsoft encontra ambulantes que vendem produtos piratas nas ruas de São PauloSão Paulo O diretor mundial de propriedade intelectual da gigante americana Microsoft, Keith Beeman, comanda um exército de 500 profissionais contra a falsificação de softwares de um escritório envidraçado, com vista para as congeladas Montanhas Cascade, na cobertura de um dos cem prédios que compõem o conglomerado da empresa em Seattle, nos Estados Unidos. O fio da meada com que a equipe de Beeman tece a complexa rede mundial de pirataria termina, no Brasil, nas mãos de um garoto de 20 anos, mulato de cabelos rastafári, Ensino Médio incompleto, que passa os dias atrás de uma barraca de papelão vendendo cópias toscas de programas no maior centro de eletrônicos do país, a Rua Santa Ifigênia, em São Paulo, e atende pelo sugestivo nome de Mouse. Na semana passada, as duas pontas dessa rede se encontraram. Em um passeio pela capital paulista, Beeman conheceu Mouse e outros ambulantes como ele que, uma barraquinha atrás da outra, apresentaram ao executivo as "últimas novidades" da sua Microsoft: o Windows Vista e o Office 2007, cujo lançamento mundial para consumidores domésticos só ocorrerá em janeiro. Mouse desconfiou do gringo de pele branca e cabelos ruivos, camisa e calça de linho para enfrentar o calor, mas o executivo, esfregando os dedos na frente do garoto, se fez entender. - Ah, quer saber o preço? R$ 10 - disse o jovem. Diante da expressão de espanto do americano, Mouse não se intimidou: - Caro? Caro é o original. Esse é falso e expira em uns meses porque é uma cópia beta feita do produto de teste. Se quiser o que não expira, é R$ 20, mas tem de esperar uns dias. Impressionado com a honestidade do ambulante, Beeman, com ajuda de um tradutor, perguntou o que fazer se o software não funcionar. - Não tem problema, dou assistência - disse o garoto, entregando o número do celular. Acostumado a se aventurar por barracas de bugigangas na Índia, China, Rússia - nos últimos quatro anos, rodou mais de 30 países -, o executivo se surpreendeu com o visual tosco das cópias vendidas em São Paulo. Jovens como Mouse exibem na calçada cartazes de papelão com xerox de capas de CDs, CD-ROMs e DVDs disponíveis. O comprador escolhe o que quer e confia o dinheiro ao vendedor, que some nas dezenas de portinhas suspeitas entre pontos comerciais espalhados pela rua, para buscar a encomenda. Assim, os camelôs evitam batidas policiais porque não podem ser flagrados com os produtos. - Eles não escondem que vendem softwares piratas, mas o fato de se preocuparem em ocultar os produtos é sinal de que sabem que estão fazendo algo fora da lei e que podem ser pegos. Quando comecei, não havia sequer essa preocupação - analisou o executivo.
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