Resumo de Todos OS NOMES

TODOS OS NOMESAUTOR: JOSÉ SARAMAGOJ.SARAMAGO: mais uma vez, brilha, na descrição de um ser humano, comum, trabalhador, ciente e cumpridor dos deveres e das obrigações, oprimido pelos superiores hierárquicos, despojado de grandes aspirações e de sonhos, extremamente solitário, pobre de bens materiais, e mais pobre ainda de afetos, porém de irrepreensível dignidade, assim se nos mostra o personagem Sr. José, simples até o nome, visto que só o tem o primeiro, um Sr. José, que nos parece, humano demasiadamente humano, de alma pura, quase ingênuo, ensimesmado, que se coloca por livre vontade; a margem de si mesmo. A Conservatória Geral do Registro Civil: Edifício público, projetado pra impressionar os cidadãos que precisam de lá ir, para efetuar registros de nascimentos, casamentos, divórcios e mortes.Um prédio que na construção, os engenheiros não se preocuparam com a praticidade do trabalho lá desenvolvido, um prédio antigo, monumental, totalitário, labiríntico, assustador, escuro, facilitando as aranhas tecerem teias, e o pó cobrindo tudo, invadindo a vida dos vivos e também dos já não vivos, cheio de estantes altíssimas com processos (verbetes), até o teto, catalogando os vivos e os mortos. Um prédio público, desatualizado, ultrapassado, como todos os arquivos em que fixam e reduzem vidas humanas, sejam eles, Escolas, Bibliotecas ou Cemitérios.O Sr José desempenha a função de auxiliar de escrita, são 8 auxiliares de escrita, sendo o Sr.José, o mais temeroso de cometer erros e ser chamado atenção, atende o público que chega a Conservatória, cumpridor exemplar do seu dever e suas funções, por ser solitário, sufocado pelo trabalho rotineiro, pelo medo dos chefes, que são muitos, quatro oficiais, 2 Subchefes e 1 Conservador, o Chefe supremo. As normas e regras na Conservatória Geral de Registros Civil são arcaicas, negando aos funcionários qualquer relacionamento ou comentários que não sejam ligados ao trabalho.O Sr. José, cumpridor exemplar de suas funções, começa por cultivar um hobby inocente de colecionar recortes sobre pessoas famosas, porém percebe que as informações são imprecisas e recorre aos verbetes subtraídos, as escondidas, da repartição onde trabalha.As diligencias noturnas, para atualizar a sua coleção levam-no a cometer várias infrações e a protagonizar aventuras de que ele jamais ousou suspeitar que fosse capaz. A mulher desconhecida, a mais importante da sua coleção o levou a ousar, a ser destemido, a enfrentar o Conservador e até a torná-lo cúmplice dessa inóspita aventura. Como um deus, o Sr. José. Acaba por misturar, os domínios da vida e da morte.Aconselho que leiam esse romance escrito por José Saramago, a criação psicológica do personagem que nos faz vestir a pele e a edificação verbal do prédio da Conservatória, atingiu o máximo em simplicidade, sutileza, e fino humor; característica sempre presente nas obras desse autor. Abre-se a possibilidade de nos surpreendermos ao sentirmos espelhados na vida do Sr. José. Um personagem; humano demasiadamente humano.

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