Artigo
(Pagel; Marco Antonio)
A transversalidade Ambiental enquanto Projeto Educativo.A educação ambiental, já há algum tempo vem rompendo as barreiras impostas pelo currículo cartesiano presente na escola tradicional, não apenas pelo imperativo legal (lei nº 9.795 de abril/1999), mas por mudanças nos paradigmas da sociedade pós-moderna para com o universo Escolar, que procura romper com a concepção pragmática e mecanicista do olhar capital para com a educação clássica. De ver, desvalorizar a vida, reduzindo-a a mera 'matéria prima', que por décadas sucessivas colocou inúmeros habitats em extinção, em nome do 'progresso da humanidade'. Sendo hoje, questionado, inclusive, por concentrar riquezas e distribuir misérias. Produzir luxúria na discrepância da escassez. Tratar tais contextos, é desvelar os múltiplos reflexos que move contradições de classes de interesses sócio-econômicos presentes em diferente contextos sociais; propriamente, ambientais.Neste contexto, a escola surge enquanto espaço de aprendizado, preocupada em debater um projeto educativo voltado para a autonomia do olhar cidadão, edificada pela construção da prática cotidiana do conhecimento, de valores e atitudes dos alunos em resposta a ansiedades da comunidade que o rodeia. Via do qual, a escola, ao integrar estudos da transversalidade ambiental ao currículo e, enquanto projeto educativo da escola, possibilita condições consistentes ao reconhecimento do olhar sensível ao ambiente vivido, com revisão de conceitos, atitudes, valores e práticas em situações concretas do dia-a-dia. Edificando, mediante o exercício do diálogo, entre saberes produzidos em ambiente escolar, veiculado nas situações concretas vividas pela comunidade que a rodeia. Portanto, a escola, ao experimentá-las e experienciá-las, permite a construção da identidade (unidade) cultural de pertencimento com o aprimoramento e 'enraizamento' cognitivo de saberes locais, desenvolvendo protagonismo nos conflitos existentes, que perpassam por condições políticas, econômicas, sociais, culturais e psicológicas; expressas na paisagem geográfica, sob formas distintas de 'impacto ambiental'. É verificados, que todo o arranjo cultural no espaço, é edificado por relações inter e intraclasses sociais, podendo ser observados em um bairro de classe alta ou em uma favela, seja na concentração, seja na abstinência da assistência de serviços orientados pelo Estado. Enquanto um ocupa espaços amplos, arborizados, com acesso amplo aos serviços de saneamento, água potável....; outro ocupa áreas restritas e íngremes, com o desprovimento de condições mínimas ao desenvolvimento da vida, quanto mais à dignidade humana. As faces apresentadas fazem “parte” de ambientes, sejam ricos ou pobres, socialmente subdesenvolvidos. O meio ambiente 'natural' parece não existir (exceto nos confins da Amazônia), prevalecendo, atualmente, o cultural. Revertê-lo à condição de natural, nos moldes conhecidos pelas sociedades “primitivas”, parece não ser boa solução para o capital financeiro.Portanto, cabe à escola discutir o significado da 'sustentabilidade social', ao desenvolver e incorporar a discussão em torno da temática ambiental, diante do pensamento reflexivo sobre os níveis da apropriação/interferências humana no meio ambiente, e o significado para a atual e futuras gerações da ação antrópica industrial (inclusive a indústria do consumo). Tomar frente à tamanha problemática, analisando-a, discutindo-a, creio que seja o caminho profícuo à promoção cidadã, constituída por uma forma de educar para a edificação de um corpo vivo, ativo, tendo em vista a inserção e transformação social. Por Marco Antonio Pagel, que é Professor formador do Cefapro de Cáceres-MT.
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