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Lima Barreto II
(Bruno Larrubia)

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A doença-vida-obra de Lima Barreto“O coração tem razoes que a própria razão desconhece” (Pascal)“Estou no hospício, onde me fazem veranear de quando em quando para me prolongar à vida e essa estulta mania de escrever. (...) estou no Cemitério dos Vivos, que, por ironia das denominações, fica na Praia da Saudade”[1].O cemitério dos vivos talvez seja a obra por excelência de Lima Barreto que trata do tema da sua doença.Tem como ponto central da narrativa o sistema de tratamento destinado àqueles considerados loucos pela medicina do início do século XX e, apesar de não ter conseguido terminar este romance, o escritor deixou fragmentos importantes que apontam para o exercício do poder dentro do próprio asilo e a tensão nas relações entre médicos e pacientes, bem como as deficiências das práticas psiquiátricas terapêuticas.A denúncia das mazelas do regime republicano se estenderia também para o interior dos muros do Hospício Nacional de Alienados e indicaria as permanências e continuidades do novo regime em relação ao sistema de tratamento dos doentes ali internados. As reformas tanto no âmbito da cidade quanto no espaço manicomial, mesmo com a atenção dispensada por parte dos governos republicanos no que diz respeito ao cuidado dos alienados, ainda assim, não fizeram com que o asilo escapasse da imagem desoladora da miséria e do abandono humano.Sua doença foi classificada como decorrente do uso longo e abusivo de bebidas alcoólicas, algo próximo seria classificado hoje como transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de álcool.No ano de 1914 (aos 33 anos) seria internado pela primeira vez no Hospício Nacional de Alienados, na cidade do Rio de Janeiro. A chegada deste ilustre paciente ao asilo da Praia Vermelha foi marcada pela dolorosa experiência de ter sido conduzido num carro-forte da Polícia, episódio que descreveu cinco anos mais tarde, na ocasião de sua segunda internação no asilo, que aconteceu no Natal de 1919. Após ter abusado do Paraty, o autor voltaria a engrossar as estatísticas do número de pacientes internados com o diagnóstico de alcoolismo no Cemitério dos Vivos, outra denominação a qual recorria quando desejava referir-se ao antigo Hospício de Pedro II. Foi durante este período que resolveu coligir observações interessantíssimas com a finalidade de escrever um livro sobre a vida interna dos hospitais de loucos, projeto que deixou inacabado ao morrer em 1922. O próprio autor comenta suas conclusões sobre a experiência manicomial: “tinha adquirido um grande desprezo pela opinião pública, que vê como criminoso um sujeito que passa pelo Hospício ”[2] e ainda “O terrível nessa cousa de hospital é ter-se de receber um médico que nos é imposto e muitas vezes não é da nossa confiança. Além disso, o médico que tem em sua frente um doente de que a polícia é tutor e a impersonalidade da lei, curador, por melhor que seja, não o tem mais na conta de gente, é um náufrago, um rebotalho da sociedade, a sua infelicidade e desgraça podem ainda ser úteis à salvação dos outros” [3][1] Afonso Henriques de LIMA BARRETO: Cemitério dos Vivos. Memórias. São Paulo: Editora[2] Afonso Henriques de LIMA BARRETO: Cemitério dos Vivos. Memórias. São Paulo: Editora[3] Idem



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