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Vencendo o tabagismo
(Gabriel Attuy)

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Parar de fumar é uma tarefa difícil. Muitos tentam largar o cigarro mas não conseguem porque a falta do fumo causa ansiedade, perda de concentração e nervosismo. Isso acontece porque o cigarro contém uma droga chamada nicotina e quando o fumante não tem acesso a ela, sente-se muito desconfortável - é a chamada "crise de abstinência". Há dez anos, a maioria das pessoas desistia de fumar por conta própria, mas apenas 10% daquelas que tentavam tinham sucesso. Hoje, segundo a coordenadora do Ambulatório de Tabagismo do Incor, doutora Jaqueline Scholz Issa, existe um tratamento médico eficaz para os fumantes que apresenta índices de até 50% de sucesso. O uso do cigarro estimula o receptor de nicotina do cérebro, ou seja, ele fica sempre pedindo mais e o fumante fica constantemente com vontade de fumar. No tratamento, a nicotina é oferecida ao paciente por outro meio que não o cigarro, através de chicletes, adesivos na pele, ou ainda por meio de inaladores e sprays. "Assim a vontade de fumar diminui bastante e parar de fumar torna-se muito mais uma decisão pessoal", comenta Jaqueline Issa. Porém existem outras causas, além da dependência da nicotina, que levam pessoas a fumar. Em uma pesquisa realizada pela médica com 50 homens e 50 mulheres que estavam sendo tratados para parar de fumar, o resultado foi que 25 dos homens tiveram sucesso, mas apenas 16 das mulheres desistiram do fumo. Uma das principais razões para esse resultado, explica ela, foi o ganho de peso. "A média de ganho de peso de quem pára de fumar é de 10 quilos em um ano." Além disso, a falta do cigarro faz com que o paciente coma mais, porque ele tenta compensar o "prazer oral" que o cigarro proporcionava, colocando outra coisa na boca, geralmente chocolates e balas. Isso adicionado à ansiedade faz com que o ganho de peso seja um problema. Por isso é recomendado que os pacientes façam exercícios físicos e tenham um padrão alimentar saudável. Além do tratamento com nicotina e da força de vontade do fumante, a relação entre o médico e o paciente é também muito importante. Durante o tratamento - que dura três meses - as consultas não devem durar menos que uma hora e meia, e quanto mais se encontrarem, melhor. Apesar do que muitos pensam, uma pessoa que fuma há vinte anos tem mais facilidade para parar de fumar do que uma que fuma há dois anos. A preocupação com doenças e saúde é uma motivação à desistência. Portanto, mesmo que você fume há décadas, nunca é tarde para parar.



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