Gerald Ford: The Forgotten President
(James D. Watson)
Gerald Ford:o presidente esquecidoÉ típico dos americanos desculparem-se pelo que sentem, pela forma como falam e agem. O que, no entanto, não é nada típico é mudarem de ideologias principalmente políticas. O percurso do antigo presidente Gerald Ford constitui um exemplo de como é possível assumir os erros do passado, independentemente, daquilo que os outros possam pensar a nosso resapeito. Quantos de nós seriam capazes de admitir os seus erros, após o último dado ter sido lançado? Por vezes, a morte e o tempo precipitam-nos esse percurso.Lembro-me, ainda adolescente nos anos 70, de como os acontecimentos da era do "Watergate" eram insignificantes. Como qualquer jovem da altura não me interessava particularmente pela política nem por assuntos de adultos. Aos meus olhos, o presidente dos Estados Unidos era uma figura intocável, um ser demasiado distante para que eu pudesse questioná-lo ou entendê-lo. O próprio governo constituía, para mim, uma entidade mistificada e mágica, que eu não me encontrava à altura de julgar ou interpretar, nem academica nem emocionalmente. Por conseguinte, nem eu nem os meus amigos éramos capazes, nesses tempos, de entender as opiniões dos adultos. E como eram contrárias àquilo que nos era ensinado. A verdade era difícil de enfrentar e nós só pedíamos que não nos mentissem. O presiende Gerald Ford foi mais um daqueles presidentes, cujo valor não foi reconhecido na altura devida. Em todo o lado se comentava a sua incapacidade física e psíquica para lidar com o cargo para o qual foi, eventualmente, empurrado.As piadas sobre a sua queda, a sua incapacidade de persuasão durante os debates, o seu eventual e questionável perdão ao antigo presidente Nixon, levaram-nos a acreditar que Gerald Ford não tinha o perfil adequado a um presidente. Enquanto jovens tinhamos muitas dúvidas se naquela altura algum dos candidatos conseguiria preencher os requisitos, que considerávamos necessários a um presidente. Gerald Ford não tinha sido eleito para o seu cargo nem sequer para a vice-presidência. Estes factos deram-nos o que pensar, principalmente à medida que nos aproximávamos da maioridade. Os factos, nos quais nos deveríamos apoiar para tomar as nossas decisões de voto, não eram fáceis de entender, uma vez que não sabíamos bem como a política funcionava. Isso só se tornou possível com o passar do tempo.Gerald Ford surgiu numa altura em que necessitávamos de um líder, que nos fizesse esquecer os efeitos do poder sobre a política. O partidarismo entre nós encontra-se, ainda hoje, muito forte e vivo. Este partidarismo leva-nos, por vezes, de algum modo a esquecer o quanto podemos ser irracionais e ilógicos.A falta de ambição de Ford relativamente à presidência encontra-se bem documentada em entrevistas, algumas transmitidas de novo recentemente. Os seus objectivos centravam-se na verdadeira natureza do poder legislativo, no Congresso e se em tornar uma voz activa nessa entidade. Devido a circunstâncias que escaparam ao seu controlo, Ford foi empurrado para a cena pública, onde relutantemente apareceu pronto a cumprir o seu dever. Após a renúncia de Nixon, Ford viu-se, novamente, empurrado para uma posição difícil, que julgava encontrar-se acima das suas capacidades.Imagine, que acorda um dia de manhã como sendo a pessoa mais poderosa do mundo e não sabe o que fazer com todo esse poder. Contudo, Ford fez o que sempre tinha feito, ou seja, arregaçou as mangas e deitou mãos à obra, dando o seu melhor. Vectou 48 propostas de lei e tentou combater a inflação. Combateu o desemprego, sem sucesso, numa altura em que a energia e a gasolina estavam a delapidar as carteiras de muitos agregados familiares.O seu perdão a Nixon foi muito controverso, mas ele acreditava piamente que este tinha sido um "mal" necessário para que os Estados Unidos pudessem seguir em frente. Ao seu mandato faltaram agradecimentos por parte da imprensa, mas não dúvidas, nem um forte pessimismo. A sua situação caracterizava-se por uma perda dupla.Convém recordar que Ford perdeu para Jimmy Carter uma volta em 1976 e, que cometeu, politicamente, muitos erros que lhe podem ter custado essa eleição.Ele tinha cumprido o seu dever, tinha servido o seu país e, ao sair da Casa Branca marcou o seu lugar na história. Contudo só a sua morte foi capaz de o dar a conhecer.Ele fez o que muito poucos poderiam ter feito. Não pediu créditos, simpatia e muito menos a compaixão de ninguém. Curou a nação, fez com que os americanos seguissem em frente e, ele próprio seguiu em frente. Só agora somos capazes de reconhecer que não lhe demos o devido valor. Recentemente pôde ler-se nos jornais o quanto as pessoas estavam enganadas a respeito de Ford. Ele foi um grande... Se não foi um grande presidente, foi sem dúvida nenhuma uma grande figura dos Estados Unidos. Ford merece o louvor e admiração presentes pelos seus feitos passados e, devemos esperar que isso e muito mais lhe seja atribuído no futuro. O nosso país foi, novamente, abençoado com o tipo de líder que Ford foi. Por isso devemos desejar que mais pessoas com um perfil semelhante ao seu sigam o seu exemplo, de modo, a que a nossa nação possa continuar a ser a maior que a história da humanidade alguma vez viu.
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