Resumo de A arte Musical e o Barroco Mineiro

A Arte Musical e o Barroco Mineiro Diamantina, MG é oficialmente o berço da música brasileira erudita caracterizada na obra de José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita, nascido no município do Serro, MG, em 1746 e falecido no Rio de Janeiro em 1805, tendo residido em Diamantina até a última década do século XVIII; passou os três últimos anos do século em Ouro Preto, MG e, na aurora do século XIX, mudou-se para o Rio de Janeiro onde foi organista da Ordem dos Carmelitas. Sua grande conquista está documentada na obra “Tércio”, autografada, em 1783, sendo a primeira obra musical escrita em partitura, com baixo-cifrado, encontrada até então no Brasil. Minas Gerais se entusiasma de possuir um acervo barroco, esplendor em plenitude da primeira e mais profunda manifestação cultural genuinamente brasileira. Em 1780, metade da população mineira estava ocupada em fazer música – especificamente música sacra – incrementada pelas associações religiosas que foram um centro de concentração de valores artísticos do Barroco Mineiro. A mentalidade colonial expressa pelo barroco em Minas Gerais é absolutamente original, pois está densa de nacionalismo, de brasilidade, de mineiridade – o que revela um estágio superior de sua população. Sua arte recebeu aqui características próprias e se fez “expressão” através de uma morfologia específica de portadores de uma ideologia típica. A obra de arte surge de uma formulação interior, produto da alma do artista; este, no barroco, estava imerso em um contexto atormentado que o lançava numa tensão existencial (José Geraldo Vidigal de Carvalho – Viçosa, MG em março de 1979). No caso do Barroco Mineiro há uma imersão na vida, predominando o sentimento e, por isto, é arte eminantemente existencial. O aspecto metafísico do barroco: “é a arte que liga o homem a Deus, o finito ao infinito, a criatura ao criador, o terreno e o eterno” Este dualismo que lhe é intrínseco faz dela uma via luminosa que leva de valores sensíveis a valores transcendentais. O Barroco Mineiro é uma arte que ostenta a “ânsia de liberdade de um povo, expressa sob ‘maneiras novas, arrojadas e, sobretudo, originais’, no que comunica a imensa gama de mensagens”. O próprio Deus é o primeiro comunicador: as maravilhas do mundo todo revelam o Artista Supremo a dialogar com as criaturas.

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