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Transporte Coletivo Urbano
(Sinésio Capece; Sinésio Capece)

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No mês de Setembro do ano passado (2006) estive em Londres e lá passei pouco mais de dois meses. O transporte que preferi utilizar, responsável por mais de 90% de minhas movimentações dentro daquela capital foi o ônibus, por alguns requisitos básicos que este meio de transporte coletivo cobria: era o mais barato, confortável, pontual, de fácil utilização, de boa qualidade e, óbvio, por ser a minha primeira visita à capital britânica, conheceria e vislumbraria toda a estrutura arquitetônica, bem como os seus maravilhosos pontos turísticos com muito mais facilidade.Acabei notando que lá, bem como existe no Brasil, os ônibus possuem alguns acentos que igualmente são reservados para pessoas em condições especiais, tais como grávidas, idosos, pessoas com crianças de colo e deficientes. A idéia é, no entanto, um pouco mais avançada que no Brasil, pois lá é praticamente impossível encontrarmos alguém carregando uma criança no colo. Portanto, nos ônibus, em todos eles, encontramos também um espaço que serve para os cadeirantes, mas que também é, na grande maioria das vezes, utilizado por pessoas com “carrinhos de bebês”. Isto mesmo, a coisa mais comum do mundo, em Londres, é uma mãe, ou babá, entrar no ônibus com um carrinho de bebê e, educadamente, todos abrem espaço para ela dirigir o seu carrinho até sua vaga de estacionamento, dentro do ônibus.No mais, a grande diferença encontrada entre Londres e aqui (São Paulo – SP – Brasil), é que a totalidade das pessoas que estão passageiras de um ônibus ficam integralmente atentas às pessoas com qualquer tipo de condição especial e, qualquer um que estiver sentado, imediatamente cede seu lugar sem se quer pensar. Num piscar de olhos e alguns lugares imediatamente ficam disponíveis para tais pessoas, não apenas aqueles que porventura estejam nos lugares especialmente demarcados.Em São Paulo, Brasil, no entanto, a educação da população parece render-se ao cansaço, ao calor, ao sono, à conversa no celular, ou o que for que nossa gente possa inventar de desculpa para continuar sentadinho, fingindo que ninguém está vendo.Logo ao entrarmos nos ônibus, as pessoas vão se ocupando de todos os lugares e, os últimos que ficam desocupados, que vão sobrando, são os marcados para pessoas especiais. Isto parece ótimo, não? As pessoas identificam que aqueles lugares não pertencem a elas! No entanto, com todos os outros lugares ocupados, os reservados passam então a serem ocupados por qualquer pessoa, numa certa lógica, afinal de contas, o próprio enunciado diz que ausentes pessoas em condições especiais, o uso é livre. Mas este deve ser um lugar muito, mas muito especial mesmo. É incrível observarmos que cada um que senta num destes acentos, assim como por mágica, é abatido por um sono incontrolável e a pessoa fecha os olhos e dorme pesado por toda a viagem. Outros, no entanto, são acometidos por uma inacreditável vontade de ler, abrem seus livros imediatamente e começam a ler num estado de concentração tão incrível que seus olhos não desviam das páginas do livro por nada que possa acontecer. Alguns são acometidos de uma incrível vontade de falar ao celular e ligam para alguém, passando toda a viagem falando, falando, falando sem parar, assuntos que devem ser importantíssimos e não podem ser interrompidos de forma alguma. Outros se compenetram ainda em joguinhos do próprio celular, e por aí vai...Enfim, aqueles que conseguiram sentar-se nos acentos não reservados, sentem-se isentos de obrigação, afinal, eles deixaram os reservados livres, assim, se tem alguém que terá que se levantar, não é mais ele, e sim aquele que estiver no reservado! Quem se senta no reservado, no entanto, é acometido por estas nuances típicas do lugar que estão ocupando.E de repente, nos deparamos com uma série de mulheres grávidas, mães carregando seus filhos no colo, senhores e senhoras idosas, de cabelinhos branquinhos e o corpo todo fraquinho, todos estes em pé, dignamente em pé, envergonhados de solicitar por um lugar que lhes éde direito, enquanto pessoas cheias de vigor e energia, literalmente fecham-se em seu mundo egoísta, fingindo que nada em volta existe ou acontece.E o que mais espanta, é que esta mesma pessoa, na maioria das vezes, tem uma mãe idosa, um pai velhinho, uma irmã grávida, ou algum deficiente na família, achando que os direitos dos seus tem que ser preservado. O mais espantoso, ainda, é que tais pessoas não conseguem se colocar no lugar daqueles, pois um acidente poderia, da noite para o dia, lhe colocar na condição de dependente, uma garota bonita pode perfeitamente engravidar, e um dia, ah sim, um dia, homens ou mulheres, todos seremos idosos!



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